segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sul da Itália - Parte 3









Acordei bem cedo e resolvi pegar uma excursão para Capri. No meu barquinho tinham 8 americanas frenéticas da minha idade, o que tornou o passeio no mínimo engraçado. Para começar, enquanto eu estava de calça e moleton, elas estavam querendo mostrar os seus novos biquinis, que elas achavam superrr pequenos, e, qualquer brasileiro acharia uma fralda.
Fomos conversando o caminho todo e vendo as milhares de diferença entre morar em New Jersey e onde elas achavam que eu morava, Buenos Aires, " a capital do Brasil". Depois de uma breve explicação sobre geografia, samba e futebol, as coisas ficaram mais encaminhadas.

Chegamos em Capri e me separei delas, afinal 8 americanas de 20 anos só são suportáveis durante algumas horas. A ilha era chiquérrima, dava para imaginar facilmente uma mesa de almoço com o Picasso, Frank Sinatra e, de quebra, a Carolina de Mônaco. Todos por lá pareciam ricos, sofisticados e extremamente elegantes.

Agora imagina todos essas pessoas chiques carregando as suas malas caríssimas e as suas jóias de milhares de quilates numa fila de mais de 1 hora, completamente bagunçada, tentando pegar um bondinho para rsubir na melhor parte da ilha. Bizarro...

Bom, fiquei na fila, sendo esmagada por mais de 1 hora, quando consegui subir. Em cima era ainda mais chique, cheio de hotéis 5 estrelas e restaurantes que adorariam ter a chance de me expulsar pelas roupas que eu estava vestindo. Tirei fotos, almocei um sorvete e voltei em direção ao meu barco. E aí foi quando o dia começou a ficar legal.

O dono do barco, nosso motorista, era o máximo e perguntou se não queríamos fazer a parte menos turística da região e, por conseqüência, a mais legal.

Aceitamos na hora e fomos para um tour de barco no meio de grutas, cavernas e lugares paradisíacos com a água tão azul quanto a água dos meus sonhos.

Paramos em uma gruta e ele disse: Agora vamos nadar. Eu estava até empolgada, mas com os 20 graus que estavam fazendo eu só me preocupava com o frio que ia passar...Mas é aquela coisa...Oportunidade única e tal...Pensei 2 vezes e me atirei na água. A água não estava fria, estava congelada e o meu coração começou a bater tão forte que eu achei que ia ter um ataque. Fingi que estava tudo bem, fingi que também sabia nadar e graças a Deus, na verdade, graças a correnteza, cheguei onde todos estavam. 

Depois de recuperar o fôlego vi que as pessoas já estavam se preparando para a próxima aventura. Pular de uma pedra que tinha ali perto. Ok, mais uma vez pensei na teoria das oportunidades únicas e fui também. Foi bem divertido.

Voltamos nadando até o barco e eu, claro, engolindo água e me aprimorando na natação do estilo cachorrinho.

Mais uns 20 minutos, mais uma pausa. Agora era a chance de entrar a nado na famosa gruta azul. Das 8 meninas, apenas 3 tiveran coragem...E lá fui eu de novo fingir que sabia nadar. Fui engolindo água por todos os buracos do meu corpo até atravessar a gruta. Foi horrível, mas quando vi que tinha conseguido entrar e entendi o pq do nome Gruta Azul, o mundo parou e tudo fez sentido. Aquele lugar é lindo...

Voltei nadando, engolindo mais e mais água, mas apaixonada. Tudo valeu a pena.