quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um dia a casa cai – parte 2

Depois de escolher uma casa, precisávamos pensar em coisas extremamente necessárias para a nossa vida. Como somos muito parecidos, em coro decidimos:

TV
Geladeira
Cama

A TV nós já tínhamos, a geladeira nós ganhamos, então, vamos buscar a terceira, a cama.

Alugamos um carro e fomos até a Disney dos adultos, o Ikea. Lá, deitamos e pulamos em todos os colchões até acharmos aquele que parecia perfeito. Como demoramos muito para tomar a decisão, fomos os últimos clientes a sair da loja. Mas nem ligamos para as caras feias dos vendedores, afinal, iríamos ter aonde dormir essa noite.

Chegamos no carro e por 1 segundo achei que o colchão não ia caber no porta-malas...Esse 1 segundo passou para 2, 3, 4...E 5 minutos depois ainda estávamos tentando enfiar um elefante dentro de um fusqueta.

E agora? A loja estava fechada, a gente tinha um colchão gigante e não estávamos perto de nada...

Tudo estava perdido até meu lindo namorado se manifestar:

Bruno: Eu tenho uma idéia!

Então mais aliviada ouvi.

Bruno: E se levarmos o colchão no teto? Cada um segura de um lado

Carol indignada: Como assim? Sem cordas, sem nada????

Bruno: Ai Carol, pára de ser fresca, já fiz isso milhões de vezes com o Vitão.

Carol pensa que, mesmo isso não sendo normal para ela, podia ser para os outros, no caso, para o seu namorado... E, com medo de ser chamada de fresca, perua, dondoca...Responde: Ok!

Colocamos o colchão no teto, cada um segurou de um lado e saímos em direção à estrada. Tínhamos um caminho grandinho para percorrer, mas como o Bruno “já tinha feito isso milhões de vezes”eu estava, de certa forma, tranqüila.

Assim que saímos para a estrada e bateu o primeiro ventinho, minha tranqüilidade virou pó, se transformou em pânico. Mas voltei a pensar: Não vou me mostrar fresquinha, vou agüentar. Mais uns segundos, mais uns ventinhos e minha mão já estava vermelha, dormente. Era MUITA força. Mas eu tinha que agüentar, afinal, sempre fui uma menina resistente...

E nisso tudo o Bruno quieto, concentrado...

Que droga!!! O Pânico me tomou...Eu me dei conta que estava numa estrada, com um carro alugado, segurando um colchão no teto, utilizando apenas a minha mão que não é nada grande e nada firme, na cidade que mais venta no mundo...

Quando olho para o Bruno já pedindo arrego, ele me olha em pânico, com lágrimas nos olhos e diz:

Linda, era mentira, nunca fiz isso na vida e nunca vou fazer de novo. Não estou agüentando o colchão, o que vamos fazer????

E nisso, uma lagriminha caiu pelas nossas faces. Sabíamos que estávamos em apuros...

Fomos andando bem devagarinho, parando em tempos em tempos para descansar a nossa mão. Até chegarmos em Lisboa. Quando já estávamos perto da nossa ex casa um policial pára o nosso carro.

Policial: Documento do carro, carteira de motorista...E...Pq raios vcs estão carregando um colchão assim???

Explicamos todo o nosso causo e depois de uma bela bronca fomos proibidos de continuar o nosso percurso daquela forma precária. Já cansados, resolvemos levar o colchão na cabeça até a nossa ex casa. E assim fomos, a pé, despertando todos os risos e comentários das pessoas que passavam.

Agora, como íamos levar o colchão até a nossa NOVA casa???

Mais uma vez, o Bruno me surpreendeu quando enfiou o colchão dentro do carro o esmagando. Conseguimos, chegamos até o destino final.

Colocamos o colchão em casa e quando deitamos no mesmo...Ele se deformou inteiro...É claro, depois de tudo o que fizemos com ele, era o mínimo esperado

Mas só conseguimos pensar: Que droga de colchão!!! Vamos ligar para o Ikea e reclamar.

Assim, depois de alguns dias, tínhamos um colchão novo em casa. Adoro a frase"Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta".

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um dia a casa cai – Parte 1

Faz tempo que não falo com vcs, ando escrevendo tão pouco, né?! Mas isso é só uma fase, aliás, uma grande fase de mudanças que já dura uns mesinhos. Primeiro mudei de trabalho, depois de casa, logo o Bruno chegou, a Fé se foi...Enfim, muita coisa acontecendo e muito pouco tempo para acompanhar esse milk-shake de emoções.

E hoje, em como homenagem a toda essa mudança vou escrever sobre ela, literalmente. Como foi me mudar da rua Légua da Povoa para a Luciano Cordeiro.

Alugar um apartamento aqui não é NADA fácil, ainda mais para um casal de brasileiros. Depois de procurar muito na internet achamos uma casa que parecia ok, num lugar bom por um preço adequado. Ligamos correndo para o corretor e marcamos a visita.

Como qualquer casal apaixonado, fomos, no caminho todo, imaginando como seria a nossa primeira casa, nosso primeiro lar...Será que teria uma sacada com florzinhas rosas, vizinhos super gente boa, uma vista para a cidade mais linda do mundo...Ai, como tudo era lindo até...Nos depararmos com a casa em questão.

Ela tinha nada mais, nada menos do que um papel assinado por algum órgão público (que eu não me recordo qual) dizendo que a mesma não tinha condições de moradia, ou seja, estava interditada. E, o pior de tudo, na frente deste papel, estava a corretora fingindo que nadaaa estava errado, tentando tapar o mesmo com as suas gigantes ancas. Sorridente, a “sem-noção nos diz”: Bom dia! Que jovem casal! Acho que vcs vão amar a casa. Sim, a casa estava caindo...Não, não íamos ficar com ela.

Na semana seguinte uma nova casa. Já com menos romantismo, mas ainda muito otimistas fomos até lá. A casa até que estava ok, mas tinha 1 pequeno problema, o dono se gabava de ter mobílias da década de 20. Tentamos convencê-lo de tirar pelo menos os sofás de veludo molhado verde, ou os armários que foram da sua tatatatataravó, mas nada...Portanto, achamos melhor não ficar com a casa...O retrô pode estar na moda, mas o mofo não.

Mais uma casa e, o casal até então otimista e romântico, já estava cético. Desta vez o prédio era um charme, mas é claro que tinham coisas estranhas. Se não, o que seria desta história? Eram 3 lances de escada. Achou que era esse o problema? Nãoooo...O problema era que o quarto se encontrava dentro da cozinha. Imaginem a cena, agora imaginem o arquiteto dessa casa. Eu tenho certeza que ele tinha orelhas de burro. Assim, descartamos mais uma opção. Nunca poderíamos fritar um hambúrguer, portanto, tanto eu, como o Bruno não conseguiríamos viver ali...hehehe

Tudo parecia estar perdido até que, encontrei uma pedra preciosa, meio bruta, eu confesso, mas não deixava de ser empolgante. Um apartamento recém remodelado, grandinho e num lugar ótimo. Seu único problema: não tinha móveis. Mas depois de muitas conversar acabamos por achar que isso não seria empecilho e assinamos o contrato.

Nós tínhamos uma casa. Do jeito que sempre sonhamos...

Mas calma que a história não acabou por aí, afinal, precisávamos de móveis....E o que eu não achava ser impecilho...Hummmm, não vou entregar cenas do próximo capítulo...Até já!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

"Te encontro nos Santos". Todos os dias...






Um dia acordei com a sensação de que estava faltando alguma coisa. Saí de casa e a sensação me acompanhou, pé ante pé. Abri a bolsa e estava tudo ali, na mesma bagunça de sempre, olhei para a minha roupa e estava tudo no lugar, as mesmas manchas e botões caídos...A chave do carro na mão, o celular na outra mão...Hum, tudo ok, mas a mesma sensação de vazio... Será que me esqueci de algum compromisso, reunião, Job, telefonema, aniversário??? Não... E minha noite foi difícil, uma guerra tonta entre o sono e essa maldita sensação.

No dia seguinte, fui escovar os dentes e percebi algo de estranho, aquela sensação tinha voltado. Saco! E assim, passei mais um dia com ela insistindo em me lembrar de algo que eu não conseguia me lembrar. E de 2 dias isso virou 2 semanas, e de 2 semanas, 2 meses. A estranha sensação virou comum e se instalou no meu corpo, mais ou menos entre a 11ª e a 12º costela.

Hoje, muito mais adaptada e conformada com essa sensação, resolvi dar um nome à ela. Ela chama Fernanda. Quer saber mais sobre ela?

Ela é uma menina colorida, um pouco amarela, um pouco vermelha e um pouco azul, com muitas gotinhas. Ela gosta de viajar, comprar roupas e ouvir boas músicas. Mas até aí todo mundo, né?! Ela gosta de ver Extreme Make Over para chorar no final, gosta de dormir sem meia e de ficar com o cabelo molhado depois do banho. Adora uma cervejinha, um vinho e um cérebro, só não toma vodka, pq essa tal enlouquece. Gosta de cozinhar e deixa qualquer Dona Benta no chinelo com a sua sopa de alface.

Ela é forte, determinada e inteligente. Ah, e por mais que grandes professores tenham tentado a ensinar, ela não aprendeu a mentir.

Ela guarda todos os problemas para ela e se preocupa com os outros muito mais do que deveria. Assim, de vez em quando explode e fica com cara de mal-humorada. Tenho medo dessas horas...hehehe

Ela acha que tem cara de macaquinho, acha que é muito branca e que suas pintas são gigantes, mas ela é o máximo. Os velhos, as crianças e as plantas amam quando ela aparece. Sempre com um sorriso no rosto, o cabelo atrás da orelha e os dedos a estalar.

Ela adora falar, fala o dia inteiro e isso faz dela a pessoa mais legal do mundo. Ah, disso eu me lembro, noites em claro de conversas desprovidas de cabimento ou lógica...Diversão, também me lembro disso.

Bom, agora ela mora em mim, tudo o que aprendi e vivi estão aqui, na forma de sensações, memórias e saudades. E assim vai ser para sempre, não importa o mundo, as passagens de avião ou os bairros e sítios, importa que ela é tão especial que já tem um pedaço no meu coração reservado, exclusivamente para ela, a Fê, ou Fé.



*Obrigada por me ensinar mais coisas do que você pode imaginar...Sim, caldo de carne fica bom em tudo...hehehehe...Te amo Fezoca!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

HARDY to see CANDY to watch.





A rainha do pop passou por Lisboa e é claro que eu estava lá para assistir, cantar e pular muito.

Passei a semana inteira me preparando para o show, fiz alongamentos, ouvi muita música da década de 90 e até assisti "Procura-se Susan desesperadamente". No dia, escolhi uma roupa bem confortável, um tênis antigo, sai com o meu ingresso precioso e um imenso sorriso no rosto.

Fui com a e o Bruno e no caminho para o Parque Boa Vista já começamos a pensar em estratégias para ver melhor o show, afinal, seriam 75 mil pessoas, um recorde para Lisboa.

Estava tudo conforme os nossos planos, até que...Nos deparamos com um palco a exatos 45 centímetros do chão. Sim, isso mesmo, um palco que tinha a altura de uma régua. E para que raios era aquilo? Para a nossa querida diva se sentir mais próxima do seu público.

Agora imaginem, um show para dezenas de milhares de pessoas com um palco quase que afundado. Delícia, ?! O até então Parque Boa Vista ficou apelidado por mim como Parque da Vista Nenhuma. NINGUÉM conseguia ver nada. Mas ok, o show estava prestes a começar e quiçá o palco começasse a subir, sei lá, contávamos com mega produções.

Nos localizamos na esquina entre o quinto dos infernos e o lugar onde Judas perdeu a bota, ali do lado da cerveja é claro. E 5 minutos depois, para a nossa surpresa, começamos ouvir Candy Shop. Incrível, aquela sensação foi única.

Como dizemos aqui, ela é surreal, animal, irada e insanaaaa...hehehehe

O som estava muito bom e para acompanhar as travessuras da quarentona tínhamos alguns telões, isso até começar a ventar, pq durante a noite o telão balançou tanto que ficou impossível ver algumas coisas.

Resolvi tomar coragem e ir com o Bruno até o meio da galera. Conseguimos com todo o esforço e malemolência chegar mais ou menos 10 fileiras na frente, ou seja 2534 fileiras do palco, e com isso, ver o topo da cabeça da loira. Nos esforçamos mais e passamos outras 2 fileiras, ali sim, estávamos completamente esmagados, mas enxergávamos a cantora de vez em quando.

A Madonna é um absurdo mesmo, ela faz de tudo, dança luta, pula corda, toca, é sexy, é mãe, é homem, é mulher...Putz, indescritível...

Mas o povo português não sabe "curtir"um show. Acreditem ou não, eles não cantam, não pulam, não dançam, não fazem nada...Tirando um ou outro que estava mais animado, o resto parecia estar ouvindo um debate político.

Sussa, aproveitamos por todos e quando o show terminou gritamos: bis, bis, bis, bis...Mas estranhamente a banda não voltou e o show acabou com os telões mostrando a frase GAME OVER. Poxa, vcs já foram em show sem bis??? Será que foi pq a galera era xoxa??? Pq ela estava cansada? Pq ela é uma Diva???

Bom, sendo assim ou assado, era o fim e tínhamos que ir para casa sem ouvir "like a virgin".

Saímos alegres e fomos tentar pegar um táxi - impossível, aí tentamos pegar um metrô - mais impossível ainda. A cidade parou, não tinham transportes, restaurante, não tinha nada...E assim ficamos 2 horas vagando pela cidade para tentar chegar em casa. E eu só pensava, neste minuto eu queria ter o pique da Madonna...Ah, e o helicóptero dela tb...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Piada de português.

Como vocês sabem eu uso o meu blog para contar as minhas aventuras em Portugal, coisas diferentes, conflitantes e, de preferência, engraçadas.  Mas hoje vou fazer diferente, vou inverter as coisas e contar as aventuras de uma portuguesa no Brasil. 

Minha sogra, a tuga da história, chegou nas terras canarinhas e tb enfrentou alguns probleminhas de adaptação...

Um dia ela estava em casa assistindo TV quando tocam a campanhia. Ela se levanta, vai até a porta e pergunta: Quem é?

O homem grita do outro lado: É o paneleiro

Ok, aqui vai ter que ter um parênteses: "paneleiro" em Lisboa é a mesma coisa que "viado". Então imagina alguém gritar "É o bicha aqui fora".

Bom, como o Brasil é vendido como o país da liberdade de expressão, da falta de pudor e das maluquices, ela achou um tanto bizarro, mas resolveu abrir a porta. Neste processo "sexista" ela até se considerou uma mulher um pouco mais moderna e engajada.

Ela: Pois não?
Paneleiro: Oi, tudo bom? Vim trazer estas panelas. Todas são ofertas.

Segundo parênteses: Em Portugal "oferta" é a mesma coisa que " presente".

Ela, muito esperta, pegou todas as panelas, achou aquele homem uma bicha caridosa e fechou a porta levando tudo consigo.

Resultado:  homem enlouquecido, bateu na porta e a chamou de louca. Ela ficou sem as prendas e sem entender patavinas do que tinha acontecido.

Depois de mais algum tempo de estada em São Paulo ela resolveu contratar uma empregada. E logo no seu primeiro dia de trabalho, depois do almoço, a diarista pergunta à patroa: E agora, o que eu faço?

Ela: Ah, deita no lixo.
Empregada: Deita no lixo?????

E depois de alguns minutos ela encontrou a empregada deitada no chão perto do lixo.

(deitar no lixo = jogar fora, no lixo)

Já viu, sendo aqui, cá ou acolá, sofremos por causa dessa nossa tal de língua mãe. 

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Saudades da minha macaca.



Ainda não chegou nas terras do bigode a moda dos bichos de estimação de grife. Quem é de São Paulo sabe muito bem do que eu estou falando, cachorros com a cara da dona, andando de sapatinhos combinando com a capinha de chuva xadrez, comendo em vasilhas da Louis Vitton e passeando de coleiras Swarovski. Se você acha tudo isso fútil, somos dois.

Aqui é tudo o oposto, os gatos vivem livres nas ruas e são alimentados por velhinhas caridosas de 354 anos. Enquanto os cães, em sua maioria, parecem capachos de tão sujinhos. Os animais não são filhos de ninguém, são apenas companhias, apenas seres graciosos e irracionais.

 Mas, o caso é, toda essa diferença e reflexão "animalesca" me fez pensar em como eu encaro essas criaturinhas.

Eu sou apaixonada pela minha macaquinha de estimação, a Marshmallow. A maioria de vocês deve conhecê-la, uma mini-sagui linda e simpática que adora morder o calcanhar da galera e infernizar a vida de pessoas loiras e que usem óculos. Ela já está comigo há uns 7, 8 anos e, infelizmente, não pude trazê-la para Portugal, ou seja, vivo com saudades da minha pequena.

A Mash é minha filha, companheira e amiga, fazíamos tudo juntinhas. Acordávamos na mesma hora, na verdade ela era até a minha despertador, o que seria o máximo se eu pudesse desligá-la aos fins de semana...Enfim, já acordada, me trocava e tomava café da manhã com ela sempre do meu lado. Voltava para o almoço, fazia os nossos pratinho, dava para ela exatamente o que eu comia e ela se sentava à mesa. Delirávamos nos dias de strogonoff e torta de frango. Na hora do trabalho ela aproveitava para tomar sol e dormir um pouco. Ah, no verão ela dormia na minha bolsa e no inverno nas minhas malhas de lã. À noite jantávamos, de preferência pizza de milho e assistíamos TV. Ela me fazia cafuné...Na real, ela catava piolho, mas era tão bom que parecia carinho...hehehehe...Esperava ela dormir e ia para a minha cama descansar um pouco.

Bom, mas tudo isso acabou e a Marsh hoje mora num apartamento de 100 metros no Itaim Bibi, sozinha...Na verdade sozinha não, ela tem uma diarista que vai lá fazer carinho e levar minhocas "fresquinhas" para ela comer.

Será que já atingi a minha margem de futilidade??? 

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Namoro X Distância


Como todos devem imaginar, namorar a distância é difícil pra caramba. Tive essa experiência durante 10 meses, um namoro separado por um oceano que, felizmente, resistiu firme e forte à saudades, ao ciúmes e às gotas de loucurinha. E quando falo gotas de loucurinha estou sendo simpática e "simplória", pq na verdade tá mais para um surto generalizado mesmo.

Cada um enlouquece de um jeito, mas sempre enlouquece, a saudade é a pior droga que existe. Os sentimentos vão mudando na velocidade da luz e vão te deixando maluca.

Vou tentar exemplificar o que estou dizendo. Mas antes, um pequeno adendo, este post não tem NADA a ver comigo, até pq o meu caso é de sucesso...hehehehe...Na verdade, nem tem a ver com algum caso específico, é apenas uma reflexão maior das coisas que eu vi por aqui, ok?

CICLO DO NAMORO A DISTÂNCIA EM 7 MOVIMENTOS.

Fase1: Casal ainda apaixonado tenta se falar o dia inteiro, manda e-mails e gasta milhares com ligações de interurbano. Eles realmente acreditam que o namoro vai durar para sempre.

Fase 2: Um dos dois começa a questionar a falta de e-mails diários e começa a desconfiar de alguma coisa que o outro possa estar fazendo.

Fase 3: A desconfiança aumenta e se torna uma obsessão. Quem é aquela menina? Com quem você saiu ontem? Ela deu em cima de você???

Fase 4: A fase mais chata...Perguntas sem pé nem cabeça. Você se lembra se a minha pinta está em cima do olho direito ou esquerdo??? Que cor era o meu vestido na 7ª vez que a gente saiu???

Fase 5: A fase conclusiva da anterior: Você me esqueceu...E nessa fase tem MUITO choro.

Fase 6: Aqui eles vão tentar se contentar...Sim, é melhor cada um viver no seu mundo.

Fase 7: Última fase...Droga! Eu sofri meses...Devia ter terminado antes mesmo de ter vindo. Namoro a distancia não existe.

Presenciei muitos casais bem estabelecidos e na boca da igreja irem para os ares, vi muita gente questionando o que seria certo ou errado e muita gente chorando por desamores. Isso tudo é muito triste. Mas para o post não ficar pesado vou contar algumas coisas boas deste tipo de namoro...Sim, essas coisas existem!

Por exemplo, você pode usar calcinhas e sutiãns que além de não combinarem, são feias, cor da pele e superconfortáveis, daquelas de avó mesmo, sabe? Outra coisa, no inverno pode fazer depilação 1 mês sim e outro não....Pode não passar creme na perna, Enfim...Nem tudo está perdido...hehehehe

Bom gente, o papo estava muito bom, mas o Bruno chegou e depois de muito tempo longe eu quero aproveitar cada segundo do lado dele...Para quem quer saber mais: sim, ele chegou bem...sim, ele está gostando de Portugal e SIMMMM, estamos mais felizes do que nunca...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Zurique.

















Depois de um post de certa forma pesado, vou voltar aos relatos lindos e leves. E adivinhem o tema?  

Há algumas semanas eu estava em casa me sentindo chata e extremamente estressada quando tive a brilhante idéia: me dar uma viagem de presente. Já com um sorriso no rosto, peguei o meu livrinho da Europa e fui vendo página por página os preços das passagens. Amsterdã, Atenas, Berlim, Bratslava, Bern...E quanto mais as letras passavam mais os preços subiam. Até que, quando eu já estava totalmente descrente de achar um roteiro perfeito e barato, encontrei na letra Z a solução: Zurique.

Corri para fazer minha mala, reservei dinheiro extra para os chocolates e foundues e parti em mais uma aventura.

Desci no aeroporto de Zurique com apenas o endereço do meu albergue na mão, num pedaço de papel rasgado. Ok, eu sabia aonde tinha que ir, mas como eu iria para lá? Malandreca como sempre, fui tentar pegar algum transporte público quando e, somente quando, me dei conta que eu não entendia absolutamente nada de alemão.

Sem transeuntes e nem fantasmas na rua resolvi me render e pegar um táxi. Lá iam meus trocos reservados para os foundues...

Entrei no automóvel e mostrei o papel para o motorista que me olhou sério e disse: rham sthurm xafrum!!! Aí ferrou...

Eu: English?
ELe: Naim
Eu: France?
Ele: Naim

Ele fez uma mímica e ligou o carro. Pela minha humilde interpretação entendi que seria difícil chegar no hotel por algum motivo X. E...ao longo do caminho percebi que era isso mesmo. A cidade estava uma zona. Uma galera na rua bebendo cerveja e uma música bem alta. 

Ai pensei, pensei, pensei...E só tive uma conclusão:

Não estava entendendo nada...Aquilo era Zurique? Uma cidade de jovens bêbados e loucos? Quando falei alto em português - Meu Deus! Que cidade é essa? Para o meu espanto, o motorista vira para mim e diz: Ah, você é brasileira? Eu também sou!!!

Brasileiro é praga, tá até em Zurique. Bom, a partir desse momento tudo ficou mais fácil, o senhor, muito simpático, me explicou que por causa da Euro a cidade estava tomada por turistas e que iriam ter grandes exibições no fim de semana. Ótimo, amei saber de tudo, além de pagar barato estava no lugar mais legal do mundo.

As ruas estavam todas decoradas, as pessoas de caras pintadas e a cerveja bem gelada. Fiquei andando horas pela cidade, embasbacada com tanta coisa linda e pelo clima delicioso de festa.

Durante o fim de semana andei, andei, andei, fui em museus incríveis (meu lado nerd que sempre aparece) e comi extremamente bem. Engraçado, cada vez acho mais que a Suíça combina comigo...hehehehe

Para terminar a viagem à grande fui assistir à final do campeonato no estádio de futebol oficial da EURO. Na verdade eu fui seguindo as pessoas e acabei chegando lá  sem querer. Ótimo, de vez em quando a sorte está do meu lado.

Metade das pessoas que estavam no campo eram alemãs e a outra metade espanholas, como tenho medo de alemães decidi facilmente para que lado do estádio eu iria. Fiquei na torcida com mais infinitas pessoas vestidas de amarelo e vermelho. 

Para me sentir mais enturmada comprei um copinho de cerveja e um boné da Copa, tipo turista mesmo. Fiquei lá me mexendo, pulando e fingindo que sabia cantar os hinos. Quando a Espanha fez gol abracei toda a família que estava por perto, brindamos, foi divertidíssimo.

Mas foi ficando quente, as pessoas começaram a ficar bêbadas, fedidas...chatas...mais bêbadas, mais e mais fedidas...Aí na metade do segundo tempo resolvi que era hora de dar tchau. Saí do campo e fui dar uma última volta na cidade.

Como as igrejas de Zurique são lindas eu resolvi dar uma entradinha para bater aquele papo com Deus ou alguém semelhante. Acho que fazia mais de 10 anos que eu não entrava numa igreja. Olhei os vitrais lindos do Chagall, me sentei, juntei as minhas duas mãos e falei: Oi Deus...E ouvi: Sorry....Hummmm...Então Deus tem voz de mulher? E fala inglês??? Não, n±ao era ele, e sim a guia do local me expulsando. Consegui, fui expulsa de uma igreja. Mas ok, depois eu mando um e-mail para Deus e ficamos quites.

 E foi assim que mais um capítulo das aventuras da Carol de Bigode chega ao fim. Espero que tenham gostado...






quinta-feira, 24 de julho de 2008

MIlk Shake de emoções...















Não sei se todos sabem, mas minha querida amiga e marida Fezoca tem um blog - maisumagota.blogspot.com. Passo lá com frequência e faço vários comentários, mas o seu último texto me intrigou e achei que seria uma boa idéia fazer um texto, de certa forma, complementar.

Quando moramos fora do nosso país vivemos no módulo maniqueista da vida, ou seja, as coisas boas são maravilhosas e as ruins são péssimas. Eu sei que muita gente acha que aqui é só farra, aliás, sempre me falam isso, comentam das minhas viagens e das minhas festas...Mas as coisas não são bem assim, são costumes, comportamentos, línguas e até mesmo impostos novos. Nos sentimos muito perdidas e muito isoladas na maior parte do tempo. Os amigos começam a não responder os e-mails, os pais a não te ligarem mais e assim você vai se sentindo esquecida...

Se fosse só isso seria horrível, mas, em contrapartida, acontece uma coisa extremamente estranha e inexplicável, você se sente mais viva do que nunca. Todos os seus dias, horas, minutos e segundos são importantes, são diferentes e únicos. Tudo muda toda semana e sempre temos novidades e aprendizados. Parece que vivemos a 250 km por hora enquanto o mundo roda a 10 km por hora.

Agora você deve estar pensando: E isso vale a pena???

Bom, cada um tem a sua resposta, a minha é: Sim, vale MUITO. Descobri muita coisa sobre mim mesma, amadureci e aprendi em 10 meses o que não aprendi em muitos anos no Brasil.

Se vou voltar para o Brasil? Não, não estou preparada para largar essa sensação... Diferentemente da Fê ..."parece que entendi que caminhar na praia é o máximo, mas pular de pára-quedas é mais gostoso..."

Estranho escrever algo tão sério e profundo, mas acho que muita gente estava esperando um texto assim. E, além desse pequeno desabafo, vou aproveitar para agradecer a todos que fizeram meus momentos tão essenciais e especiais. Acho que nem preciso dizer nomes, vocês sabem muito bem de quem estou falando.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Filmes, seus nomes e desnomes.

Eu admiro muitas coisas nos portugueses e, entre elas, o conhecimento pela sétima arte. Um papo sobre o tema aqui é muito mais profundo e cheio de referências...Só tem um probleminha...Entender de que filme eles estão falando, pq os nomes são totalmente diferentes dos nossos.

Nunca tinha parado para pensar sobre isso, mas o responsável por traduzir os nomes dos filmes, no Brasil, deve ser totalmente louco e supercriativo, uma vez que, ao invés de traduzir literalmente o título ele assiste ao filme e o interpreta da maneira que achar melhor.

Alguns exemplos:

Original                                    Português                            Brasileiro

The Godfather                          O Padrinho                        O Poderoso 
                                                                                                     Chefão

The Sound                                 Música                                A Noviça  
of music                                    no coração                           Rebelde

No country                              Este pais não é                   Onde os fracos
for a old man                          para velhos                           não têm vez
                                                                                                       
Out of Africa                           Africa minha                       Entre dois 
                                                                                                   amores

Annie Hall                                      igual                              Noivo neurótico,
                                                                                                   noiva nervosa

Ocean´s eleven                              igual                              Onze homens 
                                                                                                   e um segredo

St. Elmo´s Fire                               igual                            O primeiro dia 
                                                                                                 do resto das 
                                                                                                 nossas vidas

Home alone                             Sozinho em casa                Esqueceram
                                                                                                    de mim


Na minha opinião o mais absurdo é o "Noviça Rebelde", é tão nada a ver que parece até nome de filme pornô.

Bom, mas este é só um post de reflexão. Fiz a minha carteirinha da Blockbuster e ando alugando muitos dvds. E sabe o que é ótimo? Ir na locadora e os filmes europeus não estarem escondidos numa prateleira empoeirada...hehehehehe...Viva o cinema europeu!!!

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Rir e o melhor remédio. Será? Eu prefiro o Claritin.

Em Lisboa você pode passar mal ou ficar doente apenas em horário comercial, de segunda à sexta, das 9 da manhã às 7 da noite, senão...Tadinho, vai dar de cara com a porta da farmácia fechada. 

Eu confesso que fico um pouco nervosa com esse fato, sou filha de hipocondríaca e cresci nas farmácias do Brasil afora. Desculpa, mãe...Hipocondríaca não, aficionada por remédios e apaixonada por medicina. 

Com a Dona Mônica é assim, basta um telefonema para ela te dizer o que vc deve tomar, em quanto em quanto tempo e durante x dias. Eu já falei para ela mudar de profissão, mas pelo jeito ainda não se deu conta do seu dom.

Eu puxei um pouco disso, adoro curar dores, sejam minhas ou dos outros e leio com bastante atenção novos descobrimentos científicos ligados à doenças. Comecei a ler para não ficar sem assunto com a minha mãe, mas depois virou hábito mesmo.

A dá risada, mas já está se tornando mais uma pró-remédios, conheceu milagres em cápsulas que não troca por nada...Viva o Gurosan!!! Assim, nossa caixinha está procriando, temos um pouco de tudo e a tampa nem encaixa mais. 

Bom, além dessa dificuldade de encontrar remédios aqui também existe a ENORME dificuldade de encontrar médicos.

(Ligação feita hoje, no dia 4 de Julho)

Carol: Oi, gostaria de marcar uma consulta.
Atendente: Claro, primeira vez aqui?
Carol: Sim
Atendente: Difícil...Só temos para o dia 28.
Carol com voz meiga: Não tem como ser antes??? 
Atendente: Hummmmm...Tá, vou dar um jeitinho e te colocar para o dia 22, ok?
Carol se fazendo de doente: Não tem mesmo como ser antes???
Atendente: Não, é o máximo que eu consigo. Desculpa.
Carol conformada: Ok, então está bom.
Atendente: Marcado. dia 22 de SETEMBRO. E, vou falar desde já, as consultas costumam atrasar umas 3 horas, então já vai se preparando.
tu,tu,tu,tu

Pior do que isso é descobrir que aqui não tem anestesia para endoscopias. Já parei com o café, molho de tomate e suco de abacaxi...Deus me livre!!!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Verão.


Até que enfim o tão esperado verão chegou. E com ele vieram as promoções de ventilador, os novos sabores de sorvete e o topless

Confesso que acho estranho essa história de topless, o peito não é um joelho, não é natural mostrá-lo. Mas isso não é nada perto das pessoas que vão para a praia 100% peladonas. Pq raios alguém tem vontade de andar pelado? Imaginem, o casal acorda, abre a janela e fala - hummmm que vontade de ficar nu! Vamos para a praia querida? Ai a mulher responde - Claro, estou querendo pular ondinha pelada hoje...

Será que eles não conseguem entender o quanto isso é uma agressão para os meus olhinhos? Isso sem contar a higiene...Deve entrar areia em todo lugar... Enfim, pior do que ser obrigada a ver pessoas peladas, é ouvir dos Tugas que no Brasil as pessoas usam biquínis muitoooo pequenos. Tsc,tsc...Melhor pequenos do que invisíveis, ?!

Falando em peito, outro dia aconteceu uma coisa engraçada em casa. A nossa empregada, Margarida, teve que trocar o dia da faxina de quarta para sábado, ou seja, estávamos lá durante o trabalho dela.

Bom, a , como sempre, acordou mais cedo e foi na cozinha tomar o seu leitinho...Quando se deparou com a nossa querida empregada só de sutiã. E para melhorar, era todo de renda branca. Aposto que vcs estão pensando que ela se assustou quando viu a . Mas não...Ela agiu com naturalidade. Diferente da minha irmã loira, que chocada foi me contar. Claro que fui conferir no mesmo minuto, cheguei na cozinha, preparei meu leite, fiz meu sanduiche e ela ficou lá, na dela, lavando louça...

Ah, tem mais um detalhe, o irmão da estava em casa e nem assim ela vestiu a blusa. Vai entender...Deve ser tudo culpa desse tal aquecimento global ou da menopausa mesmo...hehehehe

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Santo Antônio














Mais uma aventura – Dia 12 de junho

Para o Brasil, dia dos namorados, para Portugal, dia dos Santos, ou melhor, dia da baderna nacional.

Desde que cheguei aqui todos sempre falam: Vcs não podem perder o dia de Santo Antônio! É a melhor festa de Portugal! É o nosso Carnaval...E por ai, vai...

Chegado o famoso dia e com o coração na mão por estar longe do Bruno, resolvi me jogar na festa e participar de toda a tradição.

Para começar, pegamos uma broa e fomos a caminho do desfile. Pra que a broa? Não sei...O que é a Broa? Tb não entendi direito, uma mistura de bolo de fubá com milho e tudo isso meio duro.

Estávamos apenas com brasileiros: Jú, Ana, Fé e Dani. Chegamos à rua e vimos uma ou outra pessoa vestida como se estivesse numa festa junina, bandeirinhas por todos os lados e muita gente na rua.

A lógica do desfile é uma região da cidade disputar a alegria dos transeuntes contra a outra. Mas a lógica pára por ai, pq o resto é bizarro. As escolas vêem uma em seguida da outra, cada escola tem umas 40 pessoas, todas fantasiadas, como o nosso carnaval. Elas vão andando bem devagarzinho e toda vez que passam por uma arquibancada (mini arquibancada) elas cantam bem animadas. Mas, assim que a arquibancada acaba, elas voltam ao silêncio.

Para mim, muito desanimado, mas de qualquer jeito valeu o passeio.

Depois disso, para continuar a tradição, fomos andando até a Alfama, onde fica a igreja de Santo Antônio. Fomos caminhando...Longe, longe, longe. Eu já disse que eu odeio andar, né?!

Depois de algumas dezenas de minutos, chegamos. Lá encontramos todos os nossos amigos. E felizes marcamos território na simpaticíssima casa do Eduardo e da Teka. Ainda bem, pq é aquela loucura, mil pessoas na rua, cerveja, falta de banheiro, músicas da Ivete Sangalo...Um horror!

Mas com a turma certa tudo é mais gostoso. E com certeza a nossa turma é a certa.

Comprei um Santo Antônio, estava toda feliz com ele e quando fui mostrar para o pessoal ele caiu no chão e perdeu a cabeça. Fiquei em pânico, nem sou de acreditar nas coisas boas do deuses, santos e afins, mas nas ruins eu acredito em TODAS. Imaginem...Eu no dia dos namorados consegui quebrar a cabeça de um santo que faz aniversário na mesma data. Isso é pior do que quebrar espelho. Mandinga brava.

Fiquei um pouco nervosa e enchendo o saco das pessoas, até ganhar um outro Santo Antônio. Ufa! Sai macumba, sou feliz no amor e vou continuar assim.

O lugar foi ficando cheio, cheio, cheio e...Acabou insuportável. Era hora de ir embora, já tínhamos feito todos os rituais, bebido e comido o famoso x-salada com extra milho e extra maionese.

Eu, a Fê e o Dani nos despedimos dos eternos baladeiros e fomos em busca de um táxi. Para a nossa surpresa, até os taxistas estavam na festa, ou seja, não tinha ninguém trabalhando na rua.

Tá, vamos andando que no caminho a gente acha alguma solução. Não sei pq eu falei isso, acho que era para eu me auto-convencer, se é que existe isso. Resumindo, é aquela vozinha que fica tentando te fazer de tonto e geralmente tem êxito.

Quando me dei conta estava andando há muito tempo, muito mesmo e meus pés não agüentavam mais. Acho que eu não fui clara, eu já falei o quanto eu odeio andar??? Estava com muita dor e acabei sendo obrigada a tirar meus sapatos e caminhar de meia pela cidade. Sim, de meia!

Andamos mais um bom tempo assim, eu de meia, o Dani de óculos que piscavam e a Fê com o seu eterno bom humor prestes a derreter.

Até que, lá no fundo do túnel enxergamos uma luz. E não estávamos mortos, ainda não...Era mesmo um táxi. Entramos com sorrisos de orelha a orelha - Por favor, para a rua Légua da Povoa...

segunda-feira, 16 de junho de 2008

A EURO


A Europa inteira está curtindo a Euro e, pelo que dizem por aqui, Portugal e uma das seleções com mais chances de chegar à final. Estou torcendo e vestindo a camisa, se não tem Brasil, vai Portugal mesmo.

Eu sou uma menina que gosta de futebol, mas confesso que durante os jogos só consegui pensar em coisas banais. Vocês viram como as camisetas dos jogadores estão ficando cada vez mais justas e menores? As miúdas vão ao delírio...Mas, se vc for pensar friamente, eles devem sofrer muito para jogar de mini-blusa, com uma certa frequência você os vê puxando as camisetas, aqui chamadas de camisolas, para baixo.

Outra coisa, o Cristiano Ronaldo tira a sobrancelha. Ele parece feito de porcelana, contrariando qualquer tuga, acho ele medonho. E que melhor jogador o que?!...Sou muito mais o Deco na linha...hehehehe

Mas o Ronaldo daqui é paixão nacional, nem tem o que falar. Até o seu penteado de pica-pau é constantemente copiado. Alguns bairros de Lisboa são repletos de imitações baratas do jogador.

Enfim, mesmo com os meus comentários xulos, entendo perfeitamente o que se passa na partida, diferente de muitas mulheres que acabam me irritando por não pararem de gritar. Perguntam o que é escanteio e acham que toda vez que o jogador cai é falta, e quando essa é grave, é chamado de penalty ( juro que eu ouvi isso). 

Bom, mas vamos ao que interessa, algumas diferenças entre os torcedores: em Portugal as pessoas não vestem a camiseta do seu time, são mais sutis, carregam cachecóis e bandeiras. Aqui gol = golo e goleiro = guarda-redes. E, para terminar, o gritinho de guerra é totalmente sem graça - Portugal allez, Portugal allez, Portugal allez ( e bizarro, pq allez é francês, mas tudo bem).

E algumas semelhanças. Todo mundo bebe muita cerveja, todo mundo reclama muito dos jogadores e, principalmente, do técnico e todo mundo é patriota na hora do gol.

Aguardem cenas do próximo capítulo. Quinta-feira começam as quartas de final. Portugal allezzzzzz...

domingo, 15 de junho de 2008

Greve.



Essa semana presenciei uma coisa única - uma greve que deu certo.

Cheguei de viagem e fui trabalhar. Como o meu carro estava na reserva resolvi parar no posto. Quando passei pelo mesmo tinham, pelo menos, 100 carros parados, uns 30 por bomba. Achei estranho, tinham até policiais e pessoas andando de um lado para outro com ar de desespero.

Ok, ainda tinha um pouco de gasolina, segui em frente. Mais alguns quilômetros para frente e outro posto lotado, mais alguns minutos e mais outro. Que medo, o que era aquilo?

Cheguei na Fullsix e peguei o jornal que estava escrito - Greve dos camionistas.

Primeiro - Camionistas??? O que é isso???
Segundo - Greve???

Bom, descobri que a coisa era séria, e o pior, que eu estava ferrada.Os caminhoneiros estavam de greve e por isso não existia carregamento de gasolina. Aí já viu...Sem gasolina, sem carro - sem carro, 1 hora e meia de transporte público até o trabalho - 1hora e meia de transporte público até o trabalho, péssimo humor... E por ai vai...

Fiquei pensando, pensando, pensando...E cheguei a seguinte conclusão malandra: vou tentar colocar gasolina na hora do jogo de Portugal, quando todos vão estar concentrados e, portanto, sobrará um pouco de combustível para mim. Não deu outra, esperei o primeiro gol e sai correndo em direção ao posto mais perto.

Quando cheguei lá minha cara de malandrete foi para o brejo. Tinham exatos 37 carros na minha frente. Liguei o rádio no jogo, comi meu kinder ovo e fiquei esperando. Ah, detalhe, num calor de 30 graus. Veio o fim do primeiro tempo, o intervalo, o começo do segundo, o gol...E quando, faltavam apenas 8 carros...Apenas 8 carrinhos, a gasolina acabou de vez.

Meia volta...

Raiva...Pq aqui as coisas funcionam direito????? Até a greve é levada a sério!!! As vezes, morar num país várzea como o Brasil pode trazer benefícios...hehehehe...Lá com 10 reais vc tira qualquer um do seu caminho ideológico....

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Saudades do meu porteiro.

Quando vc opta por morar fora do seu país de origem, vc opta por viver com saudades. É comum sentir  falta do namorado, amigos, família, festas, macaca, x-maionese do New Dog, suco de melância e por ai vai. Mas o estranho, foi que me deparei com uma saudade enorme dos meus porteiros.

Para ser sincera não sei nem o nome deles, mas são simpáticos e prestativos, o que já é mais do que suficiente. Além disso, exercem um trabalho vital: estão ali 24 horas por dia.

Eles fazem um pouco de tudo. Avisam quem chega, pegam pacotes, sedex, presentes, trocam a  lâmpada, consertam uma coisinha aqui outra ali e o mais importante, me lembram quando meu aluguel está prestes a vencer.

Aqui não tenho porteiro, existem alguns prédios que têm, mas são poucos. Por isso, preciso carregar 3 chaves diferentes na bolsa, uma para cada porta, fico sem revistas e, o pior, atraso o aluguel e levo bronca da chata da Dona Victória. 

Eu confesso que já reclamei deles algumas vezes, já fiquei brava de não entender o dialeto dos porteiros. Vcs já repararam que eles falam uma língua a parte, né?! Um bahianês misturando com mineirês com pitadas de paulistanês...Fiquei fora de mim quando proibiram os entregadores de pizza de subir nos prédios. Mas toda essa mágoa passou, e hoje eu só tenho que agradecê-los por existirem.

Enfim, esse post foi apenas uma singela homenagem à essa classe de trabalhadores muitas vezes esquecida por nós. Assim, declaro o dia de hoje o dia mundial dos porteiros.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Os velhos amam a Fê.

Faz tempo que eu não conto uma história da , então aqui vai...

A minha irmã loirinha continua atraindo a atenção de todos os idosos lisboetas. Não tem jeito, por mais que ela tente se esconder não consegue.

Semana passada ela estava sentadinha no bando esperando o ônibus, quando uma velhinha bem arrumadinha sentou do seu lado. Depois de poucos minutos uma outra senhorinha sentou do seu outro lado. Resumindo, sanduiche de naftalina.

Uma das velhinhas estava com um jornal na mão e, de repente, pulou, agarrou o braço da e gritou: Lê para mim, mostrando o seu pedaço de papel.

A , meio intimidada, pegou o jornal e quando se recuperou do susto, começou a ler. Para a sua enorme surpresa a velhoca pediu para ela ler o seu horóscopo!

E disse: Sou leão, sou leão...

E a , segurando o riso começou a ler.

"Querem conquistar um Leão? Voem com ele a Paris para um jantar, e a uma ópera em Roma. Eles querem champagne e caviar. Tem certeza que conseguem suportar um Leão? Têm de ser dado beber e comer..."

Interrompendo a cada 5 segundos a senhora dizia: é bom, é bom, é bom??? Como se nem prestasse atenção no que estava sendo lido.

Quando o texto acabou, a achou que tinha cumprido o seu dever de humana e assim já tinha reservado o seu espaço no céu, mas a Dona Velha surpreendentemente diz: Hummmm...Agora lê o seu...E em voz alta, quero ouvir também...

A sem reação disse - Eu sou de Áries, e começou a ler o texto do seu signo. Se sentindo estranha, mas aceitando aquela situação bizarra.

Ao fim a mulher pegou o seu jornal e, feliz, guardou na bolsa.

2 minutos depois, quando a já tinha começado a se sentir mais tranquila a idosa salta mais uma vez e segura no seu braço dizendo: A cor do seu cabelo é muito bonita, muito bonita, muito bonita...

A agradece sem graça.

A velinha, não se cansa de mexer com a e grita para a outra velhinha, até então desconhecida: Vc viu o cabelo dessa menina? É lindo...Deve ser pintado, é pintado??? As duas se empolgaram e dispararam a falar.

A não teve escolha, respondeu: Não, não é pintado, levantou e colocou o seu ipod nos ouvidos. Pronto, nada melhor do que uma musiquinha para terminar com essa história.

Ufa! O ônibus chegou!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Pernilongo Mutante

Gente, e o pernilongo daqui que é enorme...
É tipo um inseto gigante, como aquele que pica o homem aranha.
QUE MEDO!!!
Nunca tinha visto nada igual, nem em Itú.
Já tinha ouvido depoimentos de mordiscadas do mal, coisas bizarras. A Fê e a Jú levaram picadas em março que ainda não sararam.
Juro que estou preocupada, eu sou alérgica...Se levar uma picada vou parecer ter que tenho elefantíasse...
Pernilogo Monstros da Terra dos Gigantes - FIQUEM LONGE DE MIM!!!

Ps: Descobri que pernilongo = Melga

sexta-feira, 23 de maio de 2008

O ideal no casamento é que a mulher seja cega e o homem surdo.


Estava pegando uma boleia com a Bia e o Miguel quando surge o papo: festas de casamento.Eles têm uma cerimônia dia 24 em Lisboa e eu dia 31 em São Paulo.

Bia: Minha amiga Marta vai casar...
Carol: A minha amiga Lucila também...Eu adoro casamentos!
Bia: Eu acho meio desanimado
Carol: Desanimado??? Nossa...Como assim?

Bia e Carol falam ao mesmo tempo:

Bia: Ah, tem aquelas pessoas que só pensam no jantar, vão lá só para comer de graça.
Carol: O melhor  é o jantar....hummmmmmmm...Comida excelente e de graça...

Miguel: hahahahahahahahahahaha....A Carol é exatamente como vc não gosta...

Carol envergonhada assume mais uma vez a sua síndrome de pobre: Sim, eu amo comer e beber sem pagar, ainda mais em casamentos, onde é tudo delicioso.

Bia: Fui escolhida para ler a Bíblia
Carol: Ler a bíblia??? E como é isso??? As pessoas lêem a bíblia???

Bia: E para cantar no coral...
Carol: O que??? Coral??? Eita...

Em 5 minutos já percebemos que nossas festas eram totalmente diferentes.

Nunca fui num casamento aqui, mas pelo que entendi, tudo se passa mesmo num grande jantar, onde as pessoas têm mesas com os seus nomes e ficam conversando em bom tom.

Depois até toca uma música, mas é algo meio de elevador ou de consultório dentário, sabe?! Aquela em que parece "um morto muito louco dançando", sem ritmo nenhum, só movimentos sem graça.

Já no Brasil casamento é desculpa para festa, cada vez mais ele deixa de ser religioso para virar uma micareta. A comida, apesar de ser deliciosa, perde espaço para a pista de dança onde além de dançarmos descontroladamente, tipo boneco de posto, ainda ganhamos apetrechos para aprimorar a diversão, coisas como: perucas, óculos, máquinas digitais, sandálias...

Para mim, o auge é a mesa de doce acompanhada pelo bem-casado. Como eu gosto de roubar bem-casados. A sensação de comê-los na manhã seguinte e indescritível.

Enfim, sendo aqui ou sendo ali, o importante é acreditar no fundamento do casamento: que, o amor, na saúde ou na doença, na alegria ou na tristeza, dure para sempre. Lindo, não??? E você, acredita nisso? Seja sincero...Não é a toa que  7 em 10 casamentos acabam em separação.

Se você parar para pensar, um advogado de divórcios ganha muito mais do que um buffet de casamento...Que triste...

Bom, eu continuo levando o casamento muito a sério, por isso coloquei o meu nome e o da na barra do vestido da Lu. Ela diz que dá sorte... Ah, além disso, vou tentar pegar o buquê, é claro. Sou pequena, mas ágil...E outra, venho treinando há dias...hehehehehe.