quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um dia a casa cai – parte 2

Depois de escolher uma casa, precisávamos pensar em coisas extremamente necessárias para a nossa vida. Como somos muito parecidos, em coro decidimos:

TV
Geladeira
Cama

A TV nós já tínhamos, a geladeira nós ganhamos, então, vamos buscar a terceira, a cama.

Alugamos um carro e fomos até a Disney dos adultos, o Ikea. Lá, deitamos e pulamos em todos os colchões até acharmos aquele que parecia perfeito. Como demoramos muito para tomar a decisão, fomos os últimos clientes a sair da loja. Mas nem ligamos para as caras feias dos vendedores, afinal, iríamos ter aonde dormir essa noite.

Chegamos no carro e por 1 segundo achei que o colchão não ia caber no porta-malas...Esse 1 segundo passou para 2, 3, 4...E 5 minutos depois ainda estávamos tentando enfiar um elefante dentro de um fusqueta.

E agora? A loja estava fechada, a gente tinha um colchão gigante e não estávamos perto de nada...

Tudo estava perdido até meu lindo namorado se manifestar:

Bruno: Eu tenho uma idéia!

Então mais aliviada ouvi.

Bruno: E se levarmos o colchão no teto? Cada um segura de um lado

Carol indignada: Como assim? Sem cordas, sem nada????

Bruno: Ai Carol, pára de ser fresca, já fiz isso milhões de vezes com o Vitão.

Carol pensa que, mesmo isso não sendo normal para ela, podia ser para os outros, no caso, para o seu namorado... E, com medo de ser chamada de fresca, perua, dondoca...Responde: Ok!

Colocamos o colchão no teto, cada um segurou de um lado e saímos em direção à estrada. Tínhamos um caminho grandinho para percorrer, mas como o Bruno “já tinha feito isso milhões de vezes”eu estava, de certa forma, tranqüila.

Assim que saímos para a estrada e bateu o primeiro ventinho, minha tranqüilidade virou pó, se transformou em pânico. Mas voltei a pensar: Não vou me mostrar fresquinha, vou agüentar. Mais uns segundos, mais uns ventinhos e minha mão já estava vermelha, dormente. Era MUITA força. Mas eu tinha que agüentar, afinal, sempre fui uma menina resistente...

E nisso tudo o Bruno quieto, concentrado...

Que droga!!! O Pânico me tomou...Eu me dei conta que estava numa estrada, com um carro alugado, segurando um colchão no teto, utilizando apenas a minha mão que não é nada grande e nada firme, na cidade que mais venta no mundo...

Quando olho para o Bruno já pedindo arrego, ele me olha em pânico, com lágrimas nos olhos e diz:

Linda, era mentira, nunca fiz isso na vida e nunca vou fazer de novo. Não estou agüentando o colchão, o que vamos fazer????

E nisso, uma lagriminha caiu pelas nossas faces. Sabíamos que estávamos em apuros...

Fomos andando bem devagarinho, parando em tempos em tempos para descansar a nossa mão. Até chegarmos em Lisboa. Quando já estávamos perto da nossa ex casa um policial pára o nosso carro.

Policial: Documento do carro, carteira de motorista...E...Pq raios vcs estão carregando um colchão assim???

Explicamos todo o nosso causo e depois de uma bela bronca fomos proibidos de continuar o nosso percurso daquela forma precária. Já cansados, resolvemos levar o colchão na cabeça até a nossa ex casa. E assim fomos, a pé, despertando todos os risos e comentários das pessoas que passavam.

Agora, como íamos levar o colchão até a nossa NOVA casa???

Mais uma vez, o Bruno me surpreendeu quando enfiou o colchão dentro do carro o esmagando. Conseguimos, chegamos até o destino final.

Colocamos o colchão em casa e quando deitamos no mesmo...Ele se deformou inteiro...É claro, depois de tudo o que fizemos com ele, era o mínimo esperado

Mas só conseguimos pensar: Que droga de colchão!!! Vamos ligar para o Ikea e reclamar.

Assim, depois de alguns dias, tínhamos um colchão novo em casa. Adoro a frase"Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta".

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um dia a casa cai – Parte 1

Faz tempo que não falo com vcs, ando escrevendo tão pouco, né?! Mas isso é só uma fase, aliás, uma grande fase de mudanças que já dura uns mesinhos. Primeiro mudei de trabalho, depois de casa, logo o Bruno chegou, a Fé se foi...Enfim, muita coisa acontecendo e muito pouco tempo para acompanhar esse milk-shake de emoções.

E hoje, em como homenagem a toda essa mudança vou escrever sobre ela, literalmente. Como foi me mudar da rua Légua da Povoa para a Luciano Cordeiro.

Alugar um apartamento aqui não é NADA fácil, ainda mais para um casal de brasileiros. Depois de procurar muito na internet achamos uma casa que parecia ok, num lugar bom por um preço adequado. Ligamos correndo para o corretor e marcamos a visita.

Como qualquer casal apaixonado, fomos, no caminho todo, imaginando como seria a nossa primeira casa, nosso primeiro lar...Será que teria uma sacada com florzinhas rosas, vizinhos super gente boa, uma vista para a cidade mais linda do mundo...Ai, como tudo era lindo até...Nos depararmos com a casa em questão.

Ela tinha nada mais, nada menos do que um papel assinado por algum órgão público (que eu não me recordo qual) dizendo que a mesma não tinha condições de moradia, ou seja, estava interditada. E, o pior de tudo, na frente deste papel, estava a corretora fingindo que nadaaa estava errado, tentando tapar o mesmo com as suas gigantes ancas. Sorridente, a “sem-noção nos diz”: Bom dia! Que jovem casal! Acho que vcs vão amar a casa. Sim, a casa estava caindo...Não, não íamos ficar com ela.

Na semana seguinte uma nova casa. Já com menos romantismo, mas ainda muito otimistas fomos até lá. A casa até que estava ok, mas tinha 1 pequeno problema, o dono se gabava de ter mobílias da década de 20. Tentamos convencê-lo de tirar pelo menos os sofás de veludo molhado verde, ou os armários que foram da sua tatatatataravó, mas nada...Portanto, achamos melhor não ficar com a casa...O retrô pode estar na moda, mas o mofo não.

Mais uma casa e, o casal até então otimista e romântico, já estava cético. Desta vez o prédio era um charme, mas é claro que tinham coisas estranhas. Se não, o que seria desta história? Eram 3 lances de escada. Achou que era esse o problema? Nãoooo...O problema era que o quarto se encontrava dentro da cozinha. Imaginem a cena, agora imaginem o arquiteto dessa casa. Eu tenho certeza que ele tinha orelhas de burro. Assim, descartamos mais uma opção. Nunca poderíamos fritar um hambúrguer, portanto, tanto eu, como o Bruno não conseguiríamos viver ali...hehehe

Tudo parecia estar perdido até que, encontrei uma pedra preciosa, meio bruta, eu confesso, mas não deixava de ser empolgante. Um apartamento recém remodelado, grandinho e num lugar ótimo. Seu único problema: não tinha móveis. Mas depois de muitas conversar acabamos por achar que isso não seria empecilho e assinamos o contrato.

Nós tínhamos uma casa. Do jeito que sempre sonhamos...

Mas calma que a história não acabou por aí, afinal, precisávamos de móveis....E o que eu não achava ser impecilho...Hummmm, não vou entregar cenas do próximo capítulo...Até já!