Festa da Fullsix

Festinhas são sempre boas, mas festas de agência de fim de ano são melhores ainda. A combinação: comida boa, bebidas de graça e amigos despirocados fazem destas datas, supermemoráveis.

A comemoração daqui começou com uma gincana engraçada que terminava em um restaurante argentino. Acho que seria mais gostoso jantarmos no bife verde, mas eram muitas pessoas...

Vinho vai, vinho vem, caipirinha vai, caipirinha vai, caipirinha vai, caipirinha vem...hehehehe...E às tantas já estavam todos vermelhos e empolgados. Inclusive eu, que até tango dancei. ( reparem a minha cor na foto que estou sozinha)

A equipe é um barato, nos divertimos muitoooo e terminamos a refeição com um amigo secreto totalmente desorganizado que gerou diversas risadas.Entre os presentes tinham grandes pérolas como: quadro da Monalisa, calcinha comestível, livro do kamasutra, cachorro antigo de porcelana entre outros.

Como nunca temos limites ainda saimos de lá e fomos, advinhem para onde??? Para o meu, mais do que querido, Bairro Alto.

A partir daí, devo confessar que tenho mais flashs do que lembranças. Só sei que, de repente, as portas começaram a encolher cada vez mais, cada vez mais, cada vez mais... Até que depois de me bater muito nelas resolvi ir embora para casa...hehehehe...O que foi uma sábia decisão.

Esse foi meu primeiro porre em Portugal. É vergonhoso, sim, mas o que me deixa melhor é olhar as maravilhosas fotos e ver que eu não era a única neste estado.

Beijinhos galera da Fullsix, vou sentir saudades...

Taxistas - Mais do que uma profissão, uma forma de ser.

Quem acompanha o blog já deve ter percebido que os taxistas não vão muito com a minha cara e, para compensar todo esse amor que eles têm por mim, nada melhor do que retribuir com minhas singelas palavras. Assim sendo, vou generalizar pra caramba, e dedicar esse post ao meu ódio por eles.

Para começar, é um pouco difícil pegar táxi nas ruas de Lisboa, portanto, é mais garantido ligar para a Central

Disca 2181 19 000

E depois de uns 8 minutos tocando atende uma máquina que diz: Atenderemos a sua chamada em aproximadamente 1 minuto. 

Você feliz pensa "Ah que bom, 1 minuto passa rápido". Ingênuo...Esse 1 minuto se transforma em mais 5 e começa o desespero.

Quando já está subindo pelas paredes vem a telefonista e diz: "Margarida falando, o que deseja?" Feliz da vida eu digo "Um táxi para a Légua de Póvoa"

Ela nem responde nada e me coloca na musiquinha. Agora temos alguns problemas, a música é sempre a mesma, o que funciona como uma lavagem cerebral e, para piorar, ela não toca direito fica chiado o tempo todo. Essa parte do processo demora uns 10 minutos.

Fizeram a conta? Para pedir um táxi precisamos de mais ou menos 20 minutos de inferno.

Próxima fase, o taxista.

Eles têm um dialeto completamente especial, fumam, são velhotes e chatos. Além de quererem saber tudo sobre a sua vida, o que é um saco. Eu só quero ficar quietinha admirando a vista!!!

 Eu já estou na fase de contar cada hora uma história sobre mim, fico inventando mil coisas. Digo que estou aqui para escavar terrenos e procurar de ossos de dinossauro, que eu vim dar aulas de dança, que sou estagiária de diplomata...Enfim, preciso me divertir de algum jeito...

Bom, o fato deles todos terem GPS, se perderem e colocarem a culpa em mim me deixa irritadíssima. Outro dia o homem estava falando comigo, o quanto gostava de Fortaleza ou algum desses assuntos default, e errou a entrada da estrada. Aí virou e disse: " Olha eu me perdi e vou ter que dar uma volta enorme, mas não é 100% culpa sua". 

Como assim???????

Os assuntos sobre o Brasil são péssimos. É sempre a mesma coisa, a violência absurda e o liberalismo das mulheres brasileiras. Esse último eu fujo como o Diabo da cruz.

Muitos tentam me enganar e cobrar o dobro, muitos colocam músicas sertanejas em minha homenagem, muitos reclamam que não têm troco e muitos são grossos ao extremo.

Tive uma idéia com a Fê, vou largar a publicidade e abrir um Disk-Taxi aqui, acho que volto milionária para o Brasil.

Vídeo engraçadíssimo da TV Pirata. Isso é mais ou menos o que eu passo para pedir um táxi.

Madrid, a 25 de março da Europa.

Esse vai ser mais um post polêmico, preciso respirar fundo para começar...hehehehe.Mas quero deixar bem claro, é apenas uma opinião." O que seria do amarelo se todos gostassem do azul?"

Pelo que pude notar, escolhi a pior época do mundo para visitar Madrid. Duas semanas antes do Natal e em pleno feriado, o lugar era uma zona, para não dizer um caos.

Estava frio, cinza e tinham mil pessoas por metro quadrado, o que deixava quase impossível andarmos numa velocidade maior do que a de uma lesma.

Os museus estavam todos lotados, o Prado que por ai dizem ser o "Pequeno Louvre" é uma decepção. Sou apaixonada por arte e não pude deixar de notar suas molduras pobres e suas paredes brancas sem vida. Afe!

O Reina Sofia, por sua vez, não deixa a desejar, tem uma rica coleção de Picasso, Mondrian e algumas coisas do Dali, bem bacana.

Sair para comer era uma outra coisa quase impossível. Tentamos nos aventurar em restaurantes para experimentar tapas. Que, desculpem a minha ignorância, mas até então eu achava que eram tortas...hahahaha...

Tudo era cheio, comíamos mal, pagávamos caro e eram tantos os clientes que quase sentavam nos nossos colos. Para não acharem que estou exagerando, tentei captar alguns desses momentos.

O pior de tudo era o quanto a conta demorava. Um dia pedimos a mesma por 40 minutos e nadaaaaa. Ai saímos sem pagar. Olha pai, outra coisa que aprendi com você. Mãe, não fica brava...hehehehe

Bom, mas mesmo estando uma bagunça a jornada tinha que continuar. E tivemos paciência até o momento que tentaram nos roubar. Na verdade, tentaram roubar minha escova de dente achando que era um celular, ainda bem que a Fê viu a tempo e o menino fugiu.

Depois disso ficamos um pouco noiadas, a 25 de março estava incomodando um bocado, andávamos com a bolsa na altura do peito e desistimos de sair à noite nos demais dias. Chegamos ao cúmulo de domir às 9 da noite num sábado. Acreditem!

E a feirinha do Rastro? Tem tanta gente que você vai andando sem precisa movimentar os pés. Soou estranho? Mas é isso mesmo, a multidão vai te levando, ainda mais se você tem 1 metro e meio como eu.

Mas viagem é viagem, claro que tivemos mil momentos ótimos, demos inúmeras gargalhadas, conhecemos coisas novas e etc...O ponto alto disso tudo foi, sem dúvida, foi o Parque Retiro. Ele é lindo. Ah, e minha bota nova...hehehehehe...Não posso deixar de falar nela, estou apaixonada!

Continuação...

Mais um dia em Londres, mais uma feirinha maluca. Desta vez algo meio chinês, meio árabe, meio underground...Meio um pouco de tudo. Amei! Aliás, eu já falei que amo Londres????

Depois de muita caminhada e papo com a dona Ste tirei algumas conclusões muito importantes:

Londres voltou para a década de 80, seja isso bom ou ruim

Portugal é o Piauí da Europa

Se uma relação não dura é sempre culpa do homem

Roubar bike é feio ( piada interna) 

Cider não é uma cerveja vermelha com gosto de groselha podre

Dá para ser redator e odiar fazer títulos

Caipiras fashions são o ó...hehehehe

Ser garçonete não é para qualquer um, é quase um dom

Dá medo ir num cabeleireiro que se julga "creative hair professional"

Os chineses que fazem os vestidinhos das feiras vão dominar o mundo

Foram tantos os momentos de sólida reflexão que fica difícil até de resumir aqui. 

Para terminar a viagem, tive que ir para o aeroporto às 11 da noite e esperar 8 horas pelo meu vôo. A falta de transportes públicos na cidade me pegou bem desprevenida.

Bom, cheguei no local e era um verdadeiro acampamento, tinha uma galera enorme lá, a maioria dormindo no chão, com sleeping bags e tudo...Afe, não é de Deus, hein!

Plano: conquistar a Europa + um país a escolha.

Mais uma aventura para o meu diário, desta vez tudo se passa em Londres, terra da rainha, da neblina e da feirinha.

Cheguei no meu destino, ou melhor, parte dele - o aeroporto. Ele estava lotado, com uma fila de emigração gigante. Fiquei lá, tranquila com o meu ipod esperando minha vez.

Quando me chamaram fui toda sorridente com a minha técnica "olha que menina meiga, ela não deve ser ilegal"... Só que, pela primeira vez, não colou. 

A mulher encasquetou comigo e ficamos uns 40 minutos conversando. Ela não conseguia entender, ou fingia que não conseguia, o pq do meu nome ser Maria Carolina Spada e Sousa Saraiva e na passagem de volta só aparecer Carolina Saraiva. Tentei explicar de mil jeitos,  tive que mostrar todo o meu dinheiro, cartão, documentos, fotos...Um horror.

Depois de tremer muito e não conseguir falar mais um "a" em inglês ela me liberou. Ufa!

Parti para a segunda fase, ligar para a Ste. Eu tinha combinado de ficar na casa dela e não sabia onde iria encontrá-la.

Para o meu azar, anotei o número errado, e só consegui falar depois de mais uns 40 minutinhos. Estava acabada, muita tensão para 2 horas de Londres.

Peguei um trem com um casal muito fofo da Fullsix que encontrei por lá, viemos conversando e consegui me distrair um pouco.

Encontrei a Ste umas 3 da manhã, sem pique nenhum resolvemos ir direto para  casa. Como era muito longe, conseguimos colocar 5 anos de conversa em dia...hehehehe

No dia seguinte quem nos surpreende? O sol...Resolveu aparecer em Londres, o que é raríssimo.

Acordamos cedo e partimos para uma exposição bem bacana (fotinho das mulheres), almoçamos e fomos para Camden, uma feira sensacional cheia de gente louca.

Fizemos umas comprinhas e rimos um pouco das aberrações que passam por lá. Já escurecendo, às 4 da tarde, resolvemos investir no último pitstop, o paraíso das compras, a famosa Primark.

Parecia uma guerra, cheia de mulheres gordas pegando roupas dali, puxando roupas daqui. Mas valeu bem a pena. Gostei muito.

Viemos para casa, abrimos um vinho e ficamos conversando com as meninas que moram com a Ste. Uma tinha o quarto mais desorganizado do universo, a outra vem de um lugar que até agora eu não entendi e, a outra, namora um menino que parece gêmio idêntico dela mesma. Todas usavam meias de pares trocados e eram umas fofas.

O dia foi uma delícia.

Girl´s Stuff

Olha que bacana, agora além de estar vivendo num estado precário, meus amigos portuguesinhos ainda me zoam...Vê se eu mereço isso! Carros de graça!!! hahahaha

Bom, continuei sem água e gás o que me deixou extremamente irritada. Acho que juntou o stress do trabalho com uma casa nojenta...E o resultado foi um descontentamento generalizado. 

Para piorar tudo, tive um papo no táxi que foi decisivo.

Taxista: Posso te perguntar uma coisa?

Carol: Sim

Taxista: Você e indiana?

Carol: Não, sou brasileira.

5 segundos

Carol: Pq? Estou curiosa, nesse último mês, 3 taxistas me perguntaram a mesma coisa.

Taxista: Por causa do tom de pele, meio amarelada sabe?

Surtei total. Casa nojenta, muito trabalho e pele amarelada. Afe! Comecei a me a sentir aquela última menina a ser escolhida para o time de pique bandeira. Minha auto-estima que já não estava lá aquelas coisas foi para o brejo e eu resolvi me dar um tratamento intensivo.

Entro agora num capítulo que todos andam perguntando no Brasil - Tratamentos femininos.

Mãos e pés:

Aqui existem dois tipos de manicure, as portuguesas e as brasileiras. A diferença é clara, as portuguesas pintam a unha precisamente, sem deixar nada passar para a pele, enquanto a brasileira pinta tudo e depois tira excesso com acetona. Há controvérsias, mas a brasileira faz seu trabalho beeeeem melhor.

(preço da mão €5-8)

Depilação:

Ainda não encontrei nenhum lugar bom e, por enquanto, estou na fase da auto-depilação. Significa que eu fico 1 semana com a perna verde, cheia de cera que fica sobrando...hehehe

Sobrancelha:

Essa semana fui num lugar especializado em tirar a sobrancelha. Sentei na cadeira, fechei o olho e levei um supersusto, eles usam linhas para tirar os pelos. Surreal!!!  Até tiraram bem, mas dói e meu rosto ficou um pouco machucado. Acho que não volto mais...

(preço € 8)

Cabelo:

A galera daqui tem cortes bem legais, mas vou continuar como o primo It da família Addams até voltar para o Brasil. Não troco o Tássio por nada...hehehehe (Tásio= meu cabeleireiro)

Enfim, essa semana dei um tapa na peruca, mas ainda continuo amarela...Daqui 10 dias chego no Brasil e vou direto para o sol. Não vejo a hora!!!

Saudades de todos.

O lado negro da Europa.

Hoje meu post vai ser um pouco diferente, talvez por eu ter acordado de mau-humor, talvez por ser um desabafo ou talvez pq estou com saudades de reclamar mesmo...hehehe

Morar na Europa tem infinitas coisas boas, falo delas diariamente, sou apaixonada pela qualidade de vida, cultura, história e, como todos sabem, pela comida. Mas não posso negar que existam coisas bem complicadas de se conviver. 

Hoje acordei cedinho, olhei para janela e estava tudo branco, uma grande neblina, então imaginei - Nossa, deve estar muito frio. 

Sai do meu quarto e a imaginação se tornou realidade, estava muito frio mesmo. Pronto, primeiro lado da Europa que eu odeio, a temperatura. 

Portugal não é tão frio quando os outros lugares daqui, mas mesmo assim já assusta um pouco. Berlim e Londres, nossos últimos destinos, estavam congelados, um horror.

E sabe o que eu acho o mais engraçado, a expressão "sensação térmica". Em Berlim estava 1 grau com sensação de -5. Isso é a sensação de quem mora na Europa, pq a minha sensação, como uma típica brasileira, era de - 30. Foi bem difícil.

Bom, vamos voltar à minha manhã de hoje. Morrendo de frio fui para o banheiro, liguei a torneira e...e...e...Não tinha água. Que beleza, hein! 

Puta da vida fui lá embaixo ver se alguém me explicava o que estava acontecendo. Uns portugueses bem antipáticos disseram que a água voltaria às 10:30. Fiquei arrasada e resolvi esperar.

Dado o horário, nada de água. Ah, e nada de gás também, faz 3 semanas que não posso comer as sopinhas da Fê por isso.

Fui para a rua, sem carro, é claro, atrás de um galão de água. Encontrei depois de uma boa caminhada, cheguei em casa mais brava ainda e encontrei a minha vizinha.

Carol dando uma de simpática: Tudo bem Dona Natalia?

E ela: Ah, menina, mais ou menos, sabe como é, estou 3 semanas sem água quente, então eu preciso me banhar em duas partes, Primeiro da cintura para cima e depois da cintura para baixo, e sabe como eu faço? Eu Tenho uma luva turca, sabe o que é?

Carol sem paciência: Não, não sei

E ela: Ah, é uma coisa que não existe mais, nem no Brasil. Você coloca na mão e esfrega as costas, é muito bom. Mas o meu maior problema é o café, gosto do café quente e não dá para esquentar, então eu comprei uma cafeteira elétrica. Sabe onde é a Worten.

Carol querendo morrer: Sei sim

E ela: Ah lá é muito bom, menina, estava com desconto, mas o café não fica tão bom, né?! Nem tiro o dedo do botão de ligar, para ficar mais quentinho e tal.

Carol já morta: Sabe que a velhinha, nossa vizinha, foi embora? Ela morava no apartamento do neto, e não pagava nada, acredita? Ela tinha 8 netos...

Para poupar vcs não vou contar o resto da meia hora de conversa.Mas vou continuar a listar as coisas ruins:

Escassez de coisas básicas: água de gás (zica lá de casa)

Pessoas antipáticas

Falta de carro

Pessimismo diário dos portugueses, que estão sempre cheios de problemas (não são todos, mas uma grande parte)

Enfim, tomei um banho gelado com água mineral, passei muito perfume e vim trabalhar. 

Fim da história. Ou assim espero, pq se chegar em casa e não tiverem nada consertado...ai....

GSABV

Essa semana entrei para o Grupo Seleto dos Apreciadores do Bife Verde.

Querem saber o que é isso?

Outro pecado gastronômico de Lisboa, mas esse levado muito a sério pela turminha do mal daqui, na qual, eu, felizmente faço parte :)

Regras:

Só entra para a associação quem realmente se dedica ao maravilho bife verde.

Os encontros acontecem todas às quarta-feiras para a apreciação do mesmo.

Se algum menbro faltar duas vezes seguidas aos encontros, esta automaticamente excluído do grupo.

Existem 2 vagas semanais para convidados especiais.

Se um convidado frequentar 5 vezes seguidas o restaurante ele tem direito ao convite permanente.

O Bife Verde, a oitava maravilha do mundo, apesar de ser feio é uma delícia. Vem acompanhado de um macarrãozinho absurdo de bom e batatinhas suculentas. Hummmm...

Minhas quarta-feiras são bem gostosas, além de comer o melhor bife do mundo ainda me reúno com essa malta divertidíssima.

Aproveito o blog para agradecer tudo o que esses meninos ja fizeram por mim. Adoro vcs, viu! Meus grandes amigos tuguinhas...hehehehe...Quero todos no Brasil para me visitar. Lá não tem bife verde, mas tem strogonoff e brigadeiro.

26 de novembro.

Acordamos às 4 da manhã e, com medo do frio, colocamos todas as roupas que tínhamos e saímos com direção ao aeroporto de Berlim. 

Parecíamos duas bonequinhas de neve, tínhamos blusas em cima de mais e mais blusas. Mas tudo bem, como nossa vaidade aqui é de aproximadamente - 2 numa média de 0 a 10 não estávamos ligando não.

Nosso vôo só era às 7:30, então andamos tranquilamente para os metros. Pegamos 1, fizemos baudiação, pegamos outro...E, não sei pq raios começcou a demorar muito. Não entendíamos nada do que estava passando, eita linguinha dos infernos.

E, por causa de sei-lá-o-que a viagem que deveria durar 40 minuto durou 2 horas e meia. O metro daqui anda para frente e depois para trás...É uma zona.

Comecei a ficar desesperada, e todos sabem que quando acontece isso, fico insuportável. Resolvi contar no relógio os minutos de cada estação, quanto as pessoas demoravam para entrar e projetar estimativas e tal...

A Fê estava mais tranquila, pensava que o jeitinho brasileiro resolveria tudo.

Pelas minhas contas, chegaríamos 3 minutos antes de fechar o check in. Precisaríamos sair correndo e o caminho era bem longo.

Na penúltima estação já ficamos a postos. Preparadas para a maratona, fizemos alongamento e tudo mais.

Quando a porta do metro abriu ele ainda estava em movimento, a Fê saltou, se desequilibrou um pouco, mas seguiu correndo. Ai foi a minha vez, eu saltei e...É claro, levei um tombo enorme,  daqueles de filme...Sai rolando, com as malas, as pessoas tropeçando em mim. Um mico.

E vamos lembrar, só tínhamos 3 minutos, logo, já levantei e sai correndo. Todos me acharam uma louca, e o pior, nós não conseguíamos parar de rir... E o tempo passava.

Ao chegar no balcão eu não tinha fôlego para nada, respirava igual um gato asmático.

Estávamos 2 minutos atrasadas. E a simpática alemã disse: "No, it is not possible", já virando a cara...Que raiva!

A Fê tentou o seu olhar meigo e loiro, mas nem isso funcionou. Acho que lá as loiras são mais comuns...hehehe

Bom, com raiva, bem machucada, rindo da situação...Desisti, e fui para um hotel pertinho.

Dormimos um pouco e fomos tentar aproveitar o resto do dia. Demos uma voltinha, conhecemos mais um bairro legal, entramos numas lojinhas, fomos em mais um ótimo restaurante, tomamos mais uma excelente cerveja...

Já estávamos no metro, exaustas, voltando para a casa e eu consegui pagar meu segundo mico, ou king kong.

(Carol e Fê olhando um homem com calça justa e fazendo comentários)

Fê: Aqui os homens usam calças muito justas, tipo slim

Carol: Eu gosto de homens com calça assim, mas em Berlim é um exageiro, é quase fusô.

Fê: É, engraçado, né?! Os homens não têm vergonha

Carol: E quem disse que ele é homem? Aposto quanto você quiser que não é.

Homem: Minha filha, homens também usam calça justa sim. Aiiiiii

Carol: Ah, vc fala português....Hummmm... Então, estava falando que acho o máximo, mas que em SP ninguém usa.

Homem: SP ai que horror. Você só podia ser de lá mesmo.

Carol: É, mais agora estou morando em Lisboa.

Homem: Ai minha filha, pior ainda....Quanto atraso.

Homem foi embora e continuou puto comigo...Fiquei arrasada.

Dia 5 muito mais estressante do que dia 4.

Dia 25 de novembro.

Dia frio, cinza, chuvoso...Mas Berlim continua linda.

Acordamos tarde e fomos ver a parte moderna da cidade. A Sony Center, principal ícone dessa área, é uma praça futurista delimitada por prédios estranhos e com um teto de vidro bem bacana.

Aproveitamos para almoçar lá, em outro restaurante bem típico, aliás, tão típico que no cardápio tinha uma opção que era - 1 metro de cerveja.

Olhei para a Fê, ela olhou para mim...Rolou aquele sorrisinho maroto. E... "Please, sir, 1 meter of beer."

O garçom achou estranho, perguntou se tínhamos certeza do que estávamos pedindo...E nós, felizes e curiosas dissemos que sim.

A comida veio, era muito boa, mas a atração era nosso metro de cerveja. Eram 8 copos com sabores diferentes. Viramos ponto de referência do lugar, todos que passavam apontavam, comentavam...Foi bem divertido.

Depois demos uma voltinha para fazer a digestão e, enquanto a Fê voltava a lugares turísticos, eu resolvi dar uma passada no Guggenhein.

Peguei uma filinha, paguei, entrei, dei uma volta na primeira sala e quando eu vi, acabou. O museu só tinha 4 quadros, e ainda eram fotografias!!!! Não acreditei. Me senti roubada e totalmente enganada. Dava para ele entrar no Guiness como o menor museu do mundo!

Sai de lá, passei 1 hora numa loja de chocolate fenomenal e comprei vários bombons horríveis pq não entendia do que eles eram.

Ai, para compensar tudo, me encontrei com a Fê novamente e fomos numa exposição animal, chamada Pixel. Era tudo de mais louco e novo que existe. Muito 3D, holografia, truques de imagem...

Vou tentar mostrar algumas coisas que vi em filminhos que eu fiz ilegalmente...hehehe

Jantamos em um bairro bem gostosinho e, depois, fomos dormir, segunda precisaríamos acordar às 4 da manhã para pegar o vôo.

Dia 4 mais calmo do que o dia 3.

Dia 24 de novembro.

Acordamos bem cedo e fomos fazer o famoso Free Tour. Um passeio guiado por estudantes que ao invés de cobrar um preço fixo, utilizam a filosofia do Silvio Santos- Quanto vale esse show. 

Andam com a gente por 4 horas e no fim pedem apenas contribuições. Como são muito bons, acabam ganhando bastanteeee dinheiro. Pelas nossas contas, num grupo como o nosso, de 40 pessoas, eles ganham no mínimo, mínimo € 5. 

Então façam a conta: 5 X 40 = 200 por dia. Se eles trabalharem 3 dias por semana = 2400. Tá bom, não ta? Trabalhar 3 dias por semana, 4 horinhas...Ai, ai...E eu me matando aqui...tsc,tsc...

Nosso instrutor era malucão e muito engraçado (homem do casaco verde), adoramos o tour. Aprendemos muitas coisas e tiramos inúmeras fotos. Minha paixão por Berlim só aumentou e aumentou...

Passamos pelo monumento dos judeus mortos na guerra (esse com pedras cinzas), pelo muro, ou restos dele, por igrejas lindas, monumentos fantásticos, até chegar aonde, aonde? Na mesma praça que tinha ido no dia anterior...

Hoje o dia estava mais bonito e eu estava com a Fê, consegui tirar mais fotos e ficar ainda mais fascinada pelo local.

Depois do passeio, fomos ao festival, museus, lojas...O dia parecia ter 45 horas...

E para fechar com chave de ouro, fomos jantar num restaurante típico, estávamos loucas para tomar cerveja e comer salsicha :) 

Seguimos a indicação de uma alemã e paramos num local fantasticamente bizarro. Para começar, metade dos clientes estavam vestidos de paquita. 

Pedimos uma mesa para dois e o garçom nos colocou naquelas mesas grandes e coletivas.

Os homens-paquitas tinham o seu grito de guerra, riam alto, bebiam até cair...Estávamos muito curiosas...Então tivemos a brilhante idéia de tirar fotos.

Claro que eu, sendo a mais sem noção da dupla, fui no meio deles pedir informações e tirar fotos. A Fê pegou a máquina, se preparou...Quando um homem de uns 2 metros de altura me pegou no colo, fiquei desesperada, essa cara que eu estou na foto é de medo mesmo, dá para notar o sorriso quadrado.

O homem me colocou no chão e os outros começaram a gritar sem parar, fizeram um circulo ao meu redor e o gigante me pegou pelo casaco. Estava em pânico gritando - "eu tenho namorado, eu tenho namorado"...Depois de 5 segundos já lancei um - "Eu sou noiva, eu sou noiva" e mais 2 segundos, já estava quase chorando, gritando - " Eu sou casada" " Eu sou casada"

Ele abriu meu casaco e tirou umas coisas do bolso. Eram broches. Já comecei a achar que ele ia me dar aquilo e eu teria que fazer algo em troca, tipo aquelas festa de New Orleans que te dão colares e você precisa mostrar o peito. Minhas pernas estavam molessss.

O homem colocou o broche em mim e me deixou ir...Não tenho a mínima idéia do que aquilo representa , só sei que me deixou bem nervosa, viu!

Voltei para a mesa pedi um litro de cerveja e sosseguei. 

O problema foi que a Fê não sossegou e resolveu tirar uma foto da nossa mesa coletiva. Quando o garçom foi disparar o velhote que estava à mesa deu o braço para ela e saiu juntinho.

E, o pior, depois disso, ficou vestindo as coisas da Fê sem parar. Em 5 em 5 minutos ele colocava as luvas rosas e o gorrinho de flor.

A mesa inteira estava bêbada e se divertindo, ai já viu, bêbado é igual criança, ele não parava nunca mais.

Depois de assistirmos à brincadeira trocentas vezes resolvemos zarpar daquela aventura. O dia tinha sido cheio demais.

Dia 3 mais louco do que o dia 2.