Não sei se todos sabem, mas minha querida amiga e marida Fezoca tem um blog - maisumagota.blogspot.com. Passo lá com frequência e faço vários comentários, mas o seu último texto me intrigou e achei que seria uma boa idéia fazer um texto, de certa forma, complementar.
Quando moramos fora do nosso país vivemos no módulo maniqueista da vida, ou seja, as coisas boas são maravilhosas e as ruins são péssimas. Eu sei que muita gente acha que aqui é só farra, aliás, sempre me falam isso, comentam das minhas viagens e das minhas festas...Mas as coisas não são bem assim, são costumes, comportamentos, línguas e até mesmo impostos novos. Nos sentimos muito perdidas e muito isoladas na maior parte do tempo. Os amigos começam a não responder os e-mails, os pais a não te ligarem mais e assim você vai se sentindo esquecida...
Se fosse só isso seria horrível, mas, em contrapartida, acontece uma coisa extremamente estranha e inexplicável, você se sente mais viva do que nunca. Todos os seus dias, horas, minutos e segundos são importantes, são diferentes e únicos. Tudo muda toda semana e sempre temos novidades e aprendizados. Parece que vivemos a 250 km por hora enquanto o mundo roda a 10 km por hora.
Agora você deve estar pensando: E isso vale a pena???
Bom, cada um tem a sua resposta, a minha é: Sim, vale MUITO. Descobri muita coisa sobre mim mesma, amadureci e aprendi em 10 meses o que não aprendi em muitos anos no Brasil.
Se vou voltar para o Brasil? Não, não estou preparada para largar essa sensação... Diferentemente da Fê ..."parece que entendi que caminhar na praia é o máximo, mas pular de pára-quedas é mais gostoso..."
Estranho escrever algo tão sério e profundo, mas acho que muita gente estava esperando um texto assim. E, além desse pequeno desabafo, vou aproveitar para agradecer a todos que fizeram meus momentos tão essenciais e especiais. Acho que nem preciso dizer nomes, vocês sabem muito bem de quem estou falando.
8 comentários:
Gostei. Sinto exactamente o mesmo aqui no Brasil.
Mas confesso, às vezes tenho saudades do colo da minha mãe, mesmo tendo o colo do meu super marido à minha disposição.
que lindo!
como uma redatora sabe expressar melhor os sentimentos hehehehe
Adorei, cartolina! E, realmente, foi um ótimo complemento =D
Na verdade, acho que até uma explicação.
Ah! o apanhado de fotos está fenomenal!
Já sinto saudades.
Bjosss
muito lindo, sobrinha!
em partes entendo muito o que você quis dizer...
beijos saudosos
Nossa Carol, só vc mesmo para definir tão bem com palavras o que sentimos! Concordo 200%! Sinto a mesma coisa aqui: cada minuto meu equivalem a 50 no Brasil, cada dia a uma semana eqto as coisas parecem andar a passos lentos na terrinha que tanto amamos! Escrevo e-mails gigantescos às minhas saudosas amigas q aguardam ansiosamente o novo capítulo do que se tornou um gde Big Brother! E a resposta é sempre: estamos com saudades, mande as novidades, pq aí tudo muda de um dia para outro eqto aqui está tudo na mesma! Bate saudades, é claro, mas será q estamos preparadas para voltar? E sou solidária à sua causa de que aqui n vivemos só de farra, pq tbém pensam q só viajo e só tenho momentos sensacionais aqui! A verdade é que n mandamos fotos das longas horas solitárias de estudo e trabalho, mas só mandamos as dos momentos excepcionais e únicos que estamos vivendo e vendo apenas os bons momentos, parece mesmo que nossa vida é uma farra! Engraçado, depois de tanto tempo, eu ter entrado justamente hj e visto esse post.... Um beijão e saudades!!
CAROL, nós duas com experiências parecidas...., pelo menos viemos do mesmo BOM BRASIL e trabalhamos para a mesma agência! CARACA, você disse tudo. Essa sensação da velocidade que vivemos, a mil...., e essa do esquecimento, dos emails que não tem resposta, e da redução das ligações, mas que ainda assim e não sei bem por que...., vale a pena! É isso chica, keep posting! Beijos e vamos ver se marcamos "qualquer coisa", bem tuga, em breve!
Eu sou uma das que estão do outro lado, sou uma portuguesa que te recebeu e nunca vivi uma experiência igual à tua. Vivo o contrário, o de ver alguém novo num país, ajudar, compreender e às vezes motivar. Ver como país distantes se interligam em tanta coisa. Contigo aprendi o Brasil. O país que descobri conhecer mais do que imaginava. Acredito que as jornadas da vida reflectem-se nas pessoas à nossa volta e tu tiveste sorte com as que te calharam.
Já sabes que mais dúvidas tiveres, mais eu ajudo e aqui de Portugal apesar de pequenino ainda há muito para descobrires.
Bj*
Carol,
Adorei o texto. Eu vivo isso todos os dias, horas, minutos aqui. Como voces dizem (e muito bem): sinto-me uma Guerreira!!! é muito bom sentir coisas novas com essa intensidade. A Montanha Russa de emocoes. Dá um frio na barriga.
Tenho muitas saudades tuas e da Fe.
Estamos juntas daqui a pouco.
Kiss Kiss
Djali
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