terça-feira, 15 de abril de 2008

Barcelona


Mais uma passagem de avião...

Passei o fim de semana na casa da Maricota e suas amigas engraçadas.
Vou contar a viagem timtim por timtim, mas antes, vou utilizar esse post como uma grande refexão...hehehehehe

Constantemente, a Fê e eu, procuramos entender como funcionam os relacionamentos amorosos por aqui. Tudo parece extremamente diferente do Brasil, muito mais frio e respeitador. Não encontramos casais de mãos dadas, se beijando ou  se chamando de "meu pudinzinho"...

Eu, sinceramente, acho que nunca me adaptaria...Adoro ficar grudada no Bruno e acho isso extremamente saudável.

Mas enfim...Além de não existir um carinho público entre casais, também não existe, com a mesma frequência do Brasil, o "ficar". 

Esta parte eu já concordo com os meus amigos portugueses...hehehehe...Acredito que o "ficar" acaba banalizando as relações.Mas minha opinião sobre isso, não vem ao caso agora.

Sendo assim, moro numa cidade aonde homens e mulheres são amigos de verdade e casais se bastam entre 4 paredes.

Achei que esse era, de certa forma, um tipo de modelo europeu. Por isso, me surpreendi quando cheguei em Barcelona.

Lá, os namorados têm um hábito, que eu acho bem constrangedor, de passarem a mão uns das bundas dos outros...

Só que não é uma coisa rapidinha, delicada...É tarada mesmo. O pior é quando vc está na escada rolante e o casal da frente começa a demonstrar todo o amor que eles estão sentindo um pelo outro naquele instante. Aquele ato...Grudado na sua cara, vc sem ter para onde olhar...É um horror! Só dá para pensar: Comportem-se, comportem-se!!!

Mas eles realmente não estão nem aí, tem uns homens que até colocam a mão por dentro da calça das mulheres e ficam arrumando a calcinha delas.Não estou exagerando, eu juro que vi isso nas 3 cidades espanholas que eu fui desde então!

Deve ser por isso que as espanholas não têm bunda, são anos de desgaste no local...hehehe...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sporting









Com o passar dos anos eu descobri que sou pé frio. Sei que com esse post posso nunca mais ser convidada para nenhum programa legal, mas preciso ser sincera com vocês, meus leitores...Eu dou azar.

Quinta-feira era o jogo decisivo do Sporting para a sua classificação na taça UEFA. E chutem quem resolveu ir? Isso mesmo, eu!

Bom, ja tivemos problemas logo na entrada...Andar com uma loira alta em Lisboa já é difícil, imagina num estádio....Deixa eu interromper a idéia para fazer um comentário nada a ver, descobri que quando eu coloco a palavra "loira" no meu blog as visitas quase duplicam, bizarro, né?! Voltando... A Fê fez a alegria das torcidas, todos se encantaram com ela, até um escocês fedido, estranho e bêbado que falava coisas imperceptíveis e ainda, para piorar a situação, ainda tentou dar um beijo no Pedro. Eca!!

Depois da muvuca, todo mundo se apartando, fumando, se empurrando e tal, conseguimos entrar. Estávamos num lugar ótimo, vestidas à sportinguistas e a fim de torcer muito.

Os gritos de torcida começaram, era algo assim:

grusk ndeifhhçrl gtohçkuyjçu,çkkkkkkkko Ale Ale
Sporting rkfnvçylnjjçlim
Ale ale...kjdprfgmothmouj...Coração

Eu não consegui entender nem duas palavras, mas ok, era só mexer a boca e fingir que estava cantando.

Estava o maior frio que a gente já tinha pego em Lisboa. Naquela altura eu já tinha passado de pé frio para pé gelado, ou gangrenando.Tentamos nos empolgar para aquecer, começamos a cantar os nossos hinos:

Passou, passou, passou um avião e nele tava escrito que o Sporting é campeão!

Liedson, cadê vc? Eu vim aqui só pra te ver!

Mas tudo foi em vão...O Liedson não jogou nada, o resto do time menos ainda, e o amuleto de azar: eu, estava ali na arquibancada.

Resumindo: 1X0 para Glasgow.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Um calão à brasileira.



Texto de Fernanda Ramanho,  pseudo- escritora e lisboeta convidada...hehehehe

Há 5 dias nasceu mais uma gíria portuguesa. Embora haja controversas e alguns teimem em dizer que a mesma já existia há tempos, nós sabemos que não. E, se havia, não era (tão) bem empregada. E nem tão utilizada, festejada e adorada. E vai, nem fazia tanto sentido assim.

Foi numa noite de sábado de sol, com direito a vips a jantar no Camões envoltos numa bolha, telas de led e tv`s de plasma na Rua do Norte em meio a vitrines vivas, pessoas que mais pareciam londrinas do que lisboetas no Chiado, após um jantar no Indiano e a caminho de uma inédita noite de fado para jovens (?!?) que tudo isso começou. E vocês verão como faz sentido.

Vamos por partes.

Um sábado de sol, pós uma semana de sol.
Por semana de sol, entendam semana de verão com direito à praia – 2 dias. E de biquíni e protetor solar. Uau! E, pra completar, uma sexta-feira como deve ser: praia, imperial durante o pôr do sol, jantar no Floresta e bairro alto com companhias muito agradáveis.

As protagonistas dessa vidinha mais pra mais do que pra menos são Fernanda e Jurubeba. Por Fê e Jú, entendam duas meninas brasileiras amantes da língua portuguesa de Portugal, estudantes e com algum tempo livre. E acrescentem aí muita disposição e total percepção de que isso é pra poucos e dura pouco. Ou seja, evitemos os desperdícios de tempo, humor e vida. E bora lá!

E o bora lá da vez era o tal Chiado londrino rumo ao fado moderninho. As duas a andar e a falar compulsivamente sobre as últimas experiências vividas, o milk shake de sensações e sentimentos (a mais nova e já muito amada expressão by Cartolina) que a vida se tornara e as múltiplas oportunidades que se abrem ao não se planejar o futuro, quando, no mais brasileiro dos sentidos, ou uma outra falou e o seguinte diálogo aconteceu:

- muito doido tudo isso, né?
- pois
- hahahahaha
- percebes?*
- pois pois
- hahahahhaha
- é... doido mesmo. Bué doido, sabes?*
- hahahaha bué do doido, pá
- buédadoida!
- hahahahahahaha
- é. essa vida é buédadoida!
- pois hahahahahhaha

(bué = muito. No Brasil = mó
Percebes? = entende? Saca?)


E, após essa despretensiosa troca de palavras, o vício dominou essas duas meninas (e já contaminou mais algumas) que passaram um fado inteiro achando tudo e todos buédadoida. E continuam...

E tiveram certeza que tinham realmente razão em relação a essa linda característica da vida quando, ao apagar das luzes, a fadista principal resolveu fazer uma homenagem a sei lá quem e se despediu cantando: quando eu estou aqui, eu vivo esse momento liiiindo... E, em um só coro, encerrou a noite quando todos concordaram que “o importante é que emoções eu vivi”.

E é isso. Foi assim.


** texto encomendado (e espaço cedido) pela Cá em mais uma noite de alegria na Travessa que fica bem próxima à Fábrica dos Pentes =D
Desculpem pela “egotrip” e a falta de prática com as palavras. Foi um prazer! Fê.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Calcinha


Portugal é o país das maiores e menores coisas da Europa. Aqui a graça é encontrar algum extremo e entrar para o livro dos recordes. Se orgulham da maior Árvore de Natal, maior telescópio, maior concerto do mundo........E também da menor Árvore de Natal, menor telescópio e menor concerto do mundo

Eu adoro isso, tenho uma paixão especial por coisas chulas e exageradas...hehehehe...Mas existe um problema: quando isso passa para âmbitos do dia-a-dia. 

Querem um exemplo? As calcinhas.

Para comprá-las  temos duas opções, escolher entre a 8 e a 80. O que fizeram com as 35 ou até mesmo as 60??? O meio termo está fora de moda até nisso?

Ao entrar nas lojas nos deparamos apenas com calcinhas fio dental ou calcinhas da avó. São diversas cores e estampas, mas são só essas duas "espécies".

Imagina só...Uma você pendura na torneira do banheiro e precisa disputar o lugar com ela, de tanto pano que tem, já a outra, vc pendura e nunca mais acha, de tão pequena que é.

Existem algumas lojas de calcinhas "brasileiras". Mas o assunto é complicado.

Sabe o que é pior? Além de ter que escolher entre dois modelos que não apetecem a maioria das brazucas, ainda temos que pedir " uma cueca, por favor"

"Cueca: Roupa de baixo do homem, a peça feminina equivalente, muitas vezes indicada no diminutivo para destinguí-la da masculina."

Bizzaro...Sem contar que bunda aqui é uma palavra muito feia...Eles dizem rabo ou cú...Ai,ai...Comprar calcinhas nunca foi um trabalho fácil para nenhuma mulher, mas garanto em Lisboa é ainda pior.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

IBIS



Antes de chegar em Sevilha paramos no meio da estrada para dormir. Escolhemos o hotel mais baratinho, no caso o Ibis, e descansamos.

Até aí tudo bem. 

Nesta quarta, durante o jantar da varanda do Pedro, estavamos de papo para o ar, comendo bifes deliciosos e tomando uma sangria da boa quando vem o assunto:

- Aonde vcs dormiram antes de chegar em Sevilha...
- No Ibis
-No Ibis? hahahahaha...Da estrada? hahahaha

Sem entender nada fiquei com cara de tonta por uns segundos, até que um dos meninos resolveu falar que o Ibis aqui é como se fosse o nosso motel.

Realmente, nunca tinha visto motel por Lisboa...Tudo fazia  sentido...

Agora vou recapitular e contar como foi a nossa estada e pq fomos tão bem tratadas naquele lugar.

Duas brasileiras meio perdidas chegam à recepção ás 23 horas.
Recepcionista: Querem café da manhã?
Carol e Fê : Não, vamos sair daqui antes das 7 da manhã.
Recepcionista: A cama é matrimonial, tem problema?
Carol e Fê: Nenhum
Recepcionista: São 55 euros
Carol e Fê: Eu pago ou você paga? Ah, dessa vez deixa que eu pago.

Bom, para piorar a situação, fomos para o quarto e pedimos comida: 2 x-burgueres e uma Coca para dividir.

O homem que foi entregar no quarto disse : Olha, nunca fazemos isso, foi um pedido especial.
Carol e Fê: Tá bom, obrigada...Quanto é?
Homem: Ahhhh...sabe que eu não lembro posso entrar no quarto de vcs e fazer uma ligação?
Aí entrou e ficou lá um tempo ( malandrooooo)

Resumindo, fui no motel com a Fê.

(Gatinho, acho que tá na hora de vc vir me visitar mesmo, estou te trocando por uma loira)


quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sevilha







Fui obrigada a ir para Sevilha buscar meu visto. Uma obrigação gostosa, confesso, do tipo daquelas de caráter médico, sabe? "Menina, NÃO vai trabalhar hoje, você está doente e precisa ficar de molho!"Num primeiro segundo vc até fica brava, pensa nas mil coisas que tem para fazer...Mas loguinho isso passa e é só curtição.

A cidade espanhola é conhecida pelo Flamenco: estilo musical e de dança fortemente influenciados pela cultura cigana.
Para mim: pessoas com aspecto de bravas dançando bem posudas, batendo o pé forte no chão e batendo palma absurdamente bem...E isso é um elogio...Fiquei tentando ser auto-didata e aprender essas palmadinhas, mas, claro, que foi em vão.

Mas além disso a capital da Andaluzia tem várias coisas legais, o lugar não pára, só gente jovem na rua comendo tapas, bebendo umas cervejas e conversando madrugada a dentro. Isso sem contar os inúmeros lugares maravilhosos e turísticos.

Se eu estou mais uma vez apaixonada por um lugar? SIM. Não sei o que está acontecendo comigo, viajo e fico com aqueles olhinhos brilhando, pensando - Nossa, bem que eu poderia morar aqui...Acho que é carência, muita saudade do meu namorado, sei lá...hehehehe


Bom, fomos em direção ao albergue. Que nos dava direito a armários no quarto e wi-fi, empolgadas e viciadas em internet as duas levaram seus computadores. Quando chegamos lá...Tudo era mentira e ainda teríamos que esperar 2 horas para fazer o check in. Ok, então onde deixaríamos nossos filhos, os computadores?

A mulher com uma cara de sonsa nos mostra um armário de 5 cm po 5 e diz - "Coloquem aqui". Como assim coloca aqui? Nem o seu cérebro que é minúsculo cabe aqui!

Enfim, saímos de lá e fomos arranjar outro lugar. Um hotelzinho simplesinho, mas jeitoso, com uma caminha matrimonial e um travsseiro para duas...Ai, ai...Essa vida de casada me mata...

Para nossa total surpresa estava 28 graus em Sevilha. Fazia 5 meses que não saíamos de camisetinha, nossa pele estava até parecendo de crocodilo velho. E é claro, já virei amarela indiana mais uma vez e a Fê branca de neve.

O clima estava absurdamente bom, mas advinha? Na minha bagagem só tinham botas e casacos. Não tinha escolha, outra dessas obrigações bacanas, fui comprar um sapatinho...hehehehe

Viagem perfeita: cerveja, sol e sapatos.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Somebody said get a life... so they did.





Eu adoro os filme filmes do Ridley Scott, e entre tantos, tenho um especial: Thelma & Louise.

Sempre tive muita vontade de sair dirigindo por uma estrada linda, sem pressa nenhum, apenas curtindo o visual, conversando sobre inutilidades com minha melhor amiga e cantando músicas bem alto, como se ninguém pudesse ver, como se aquele carro fosse o único no mundo e estivesse indo em direção à Fun City.

Foi isso que eu fiz com a Fê na quinta. Pegamos o meu carrinho à Austin Powers e fomos para Sevilha, sem mapa e sem documento. Literalmente.


A viagem foi inteira uma delícia, é muito bom ter pessoas loucas como vc que te acompanham nessas horas...Fê, vc é minha Louise, obrigada por me acompanhar em mais uma! Eu nem acredito que te convenci a colocar o lenço na cabeça...hahahaha

Foram 400 km de risadas, desabafos cantorias desafinadas e bons nomes de cidades, meu favorito é "Olhão", que fica bem perto de "Faro"...hehehehe

Bom, espero que essa seja a primeira de muitas. Peguei o gostinho...

Louise: With a couple os margaritas by the sea, mamacita.
Thelma: You know we could change our names
Louise: To live in a hacienda
Thelma: I want to get a job, I will work at Club Med