sexta-feira, 11 de abril de 2008

Um calão à brasileira.



Texto de Fernanda Ramanho,  pseudo- escritora e lisboeta convidada...hehehehe

Há 5 dias nasceu mais uma gíria portuguesa. Embora haja controversas e alguns teimem em dizer que a mesma já existia há tempos, nós sabemos que não. E, se havia, não era (tão) bem empregada. E nem tão utilizada, festejada e adorada. E vai, nem fazia tanto sentido assim.

Foi numa noite de sábado de sol, com direito a vips a jantar no Camões envoltos numa bolha, telas de led e tv`s de plasma na Rua do Norte em meio a vitrines vivas, pessoas que mais pareciam londrinas do que lisboetas no Chiado, após um jantar no Indiano e a caminho de uma inédita noite de fado para jovens (?!?) que tudo isso começou. E vocês verão como faz sentido.

Vamos por partes.

Um sábado de sol, pós uma semana de sol.
Por semana de sol, entendam semana de verão com direito à praia – 2 dias. E de biquíni e protetor solar. Uau! E, pra completar, uma sexta-feira como deve ser: praia, imperial durante o pôr do sol, jantar no Floresta e bairro alto com companhias muito agradáveis.

As protagonistas dessa vidinha mais pra mais do que pra menos são Fernanda e Jurubeba. Por Fê e Jú, entendam duas meninas brasileiras amantes da língua portuguesa de Portugal, estudantes e com algum tempo livre. E acrescentem aí muita disposição e total percepção de que isso é pra poucos e dura pouco. Ou seja, evitemos os desperdícios de tempo, humor e vida. E bora lá!

E o bora lá da vez era o tal Chiado londrino rumo ao fado moderninho. As duas a andar e a falar compulsivamente sobre as últimas experiências vividas, o milk shake de sensações e sentimentos (a mais nova e já muito amada expressão by Cartolina) que a vida se tornara e as múltiplas oportunidades que se abrem ao não se planejar o futuro, quando, no mais brasileiro dos sentidos, ou uma outra falou e o seguinte diálogo aconteceu:

- muito doido tudo isso, né?
- pois
- hahahahaha
- percebes?*
- pois pois
- hahahahhaha
- é... doido mesmo. Bué doido, sabes?*
- hahahaha bué do doido, pá
- buédadoida!
- hahahahahahaha
- é. essa vida é buédadoida!
- pois hahahahahhaha

(bué = muito. No Brasil = mó
Percebes? = entende? Saca?)


E, após essa despretensiosa troca de palavras, o vício dominou essas duas meninas (e já contaminou mais algumas) que passaram um fado inteiro achando tudo e todos buédadoida. E continuam...

E tiveram certeza que tinham realmente razão em relação a essa linda característica da vida quando, ao apagar das luzes, a fadista principal resolveu fazer uma homenagem a sei lá quem e se despediu cantando: quando eu estou aqui, eu vivo esse momento liiiindo... E, em um só coro, encerrou a noite quando todos concordaram que “o importante é que emoções eu vivi”.

E é isso. Foi assim.


** texto encomendado (e espaço cedido) pela Cá em mais uma noite de alegria na Travessa que fica bem próxima à Fábrica dos Pentes =D
Desculpem pela “egotrip” e a falta de prática com as palavras. Foi um prazer! Fê.

2 comentários:

Carolina Saraiva disse...

Eu já adotei o buédavidalouca, apesar da minha vida ser mais chata do que a de vcs...hehehehehe

Unknown disse...

aeee fe!! buédadoida é mto fixeeee!!! hehehhe mandou mto bem no primeiro post!! bjocas grandes pra vs duas queridas, má